Autárquicas: Rui Moreira diz que não acata ordens de Lisboa por causa do Rali

| Política
Porto Canal / Agências

Porto, 05 jul (Lusa) -- O candidato independente à Câmara do Porto Rui Moreira garantiu hoje que não acata "ordens de Lisboa", referindo-se às acusações do presidente do Automóvel Club de Portugal após a tentativa de transferir o Rali de Portugal para o Norte.

"Eu não acato ordens de Lisboa, de Carlos Barbosa [presidente do ACP], do ACP nem de nenhum ministro de Lisboa. Não acato. Registo que ele [o presidente do ACP] disse que houve um candidato que acatava e espero que os portuenses estejam atentos a quem acata", afirmou Rui Moreira à Lusa antes de uma visita à freguesia do Bonfim.

Moreira referia-se à candidatura do social-democrata Luís Filipe Menezes que, de acordo com o ACP, foi a única do Porto "com hipóteses de vitória" que "acatou todas as condições e formalizou por escrito a vontade de honrar o compromisso de ter o rali no norte".

As declarações foram na terça-feira, no mesmo comunicado em que o ACP anunciou a desistência do projeto de transferir o Rali de Portugal para o Norte e a realização da edição de 2014 no sul do País.

Para o candidato independente à Câmara do Porto, também esta indicação da realização da prova no Sul apenas no próximo ano é significativa, porque para transferir o Rali para norte o ACP pedia às autarquias um compromisso por três anos.

"O presidente do ACP anunciou que o Rali irá para o Algarve um ano. Aquilo que ele estava a dizer é que queria um compromisso da Câmara do Porto por três anos", alertou.

Para Rui Moreira, se o ACP "tivesse dito à Câmara do Porto que queria o Rali por um ano, certamente os problemas éticos que se levantaram a Rui Rio [presidente da autarquia] não se teriam levantado e o Rali se calhar teria ficado no Porto, ou não, em função do que era o desejo da câmara".

O presidente do ACP classificou na quarta-feira de "ridículas" as explicações dadas à Lusa pela Câmara do Porto para não se comprometer com a realização do Rali entre 2014 e 2016.

A autarquia explicou não ter assinado o acordo com o ACP por estar em causa um compromisso por três anos relativamente ao qual o candidato do PSD, Luís Filipe Menezes recusou o pedido de "dois importantes candidatos" para revelar os patrocinadores conseguidos para o evento.

Para o presidente do ACP, "é ridículo um presidente da câmara não ter capacidade para decidir um evento de 300 mil euros que não é em dinheiro, são 300 mil euros em géneros, para um evento que dará 40 milhões à cidade.

Carlos Barbosa lamentou ainda que Rio "tenha voltado atrás tão tardiamente", impedindo a organização do Rali de Portugal de encontrar alternativas noutra cidade do Norte do país.

"Ele não se pode esquecer que nós começamos a conversar em julho de 2012 e é completamente ridícula a história dos patrocinadores [porque] quem tem de assumir isso é a câmara, não os patrocinadores", salientou.

A candidatura de Menezes disse no dia 27 ter garantido financiamento privado para o Rali de Portugal voltar ao Norte e um dia depois os candidatos independente e do PS à Câmara do Porto, Rui Moreira e Manuel Pizarro, respetivamente, defenderam que o social-democrata devia revelar quem eram os patrocinadores para a autarquia assinar o acordo com o ACP.

ACG // MSP

Lusa/fim

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