Conselho Nacional do CDS-PP vota hoje proposta da direção para adiar Congresso
Porto Canal / Agências
Lisboa, 05 jul (Lusa) - O Conselho Nacional do CDS-PP reúne-se hoje para deliberar o adiamento do Congresso marcado para este fim-de-semana por estar em curso o processo para "uma solução de estabilidade no Governo", disse à Lusa fonte da direção.
A comissão executiva e o presidente do Conselho Nacional, Pires de Lima, com o acordo do presidente da mesa do Congresso, Luís Queiró, solicitaram a marcação de um Conselho Nacional para hoje à noite no sentido de deliberarem o adiamento da reunião magna dos democratas-cristãos para 20 e 21 de julho, afirmou a fonte.
"Estando em curso o processo para encontrar uma solução de estabilidade no Governo e dependendo essa solução da avaliação do Presidente da República, e estando marcadas reuniões do Presidente da República com os partidos para a próxima semana, entende-se que se deve adiar o Congresso no sentido de que quando este se realize os congressistas tenham todos os elementos para tomar decisões no Congresso", fundamentou a mesma fonte.
O adiamento proposto é de quinze dias, para 20 e 21 de julho.
O Conselho Nacional do CDS-PP, o órgão máximo do partido entre congressos, reúne-se hoje, sexta-feira, pelas 20:30 na sede democrata-cristã, em Lisboa.
O XXV Congresso do CDS-PP estava marcado para sábado e domingo na Póvoa de Varzim.
Na nota enviada aos congressistas, o presidente da Comissão Organizadora do Congresso, António Carlos Monteiro, afirma que, "naturalmente, o partido reembolsará as despesas de transporte e alojamento incorridas pelos congressistas".
O primeiro-ministro e líder do PSD, Pedro Passos Coelho, e o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros demissionário e presidente do CDS-PP, Paulo Portas, já se reuniram três vezes desde a noite de quarta-feira, tendo o chefe de Governo afirmado que "será encontrada uma forma de poder garantir o apoio político do CDS ao Governo e nessa medida garantir a estabilidade política do país".
As declarações de Passos Coelho à imprensa foram proferidas depois de o primeiro-ministro ter sido recebido em audiência pelo Presidente da República, Cavaco Silva, na quinta-feira.
O presidente do CDS-PP justificou a sua demissão do Governo na terça-feira com a substituição, na pasta das Finanças, de Vítor Gaspar por Maria Luís Albuquerque.
A comissão executiva do CDS-PP reuniu-se na quarta-feira a decidiu mandatar Paulo Portas para reunir com Passos Coelho, e encontrarem "uma solução viável para a governação em Portugal".
Paulo Portas declarou, em comunicado, que a sua demissão era uma decisão "irrevogável", o que foi reiterado pela comissão executiva do CDS-PP.