Advogado das famílias das vítimas do Meco vai requerer nulidade do inquérito
Porto Canal / Agências
Lisboa, 30 jul (lusa) - O advogado das famílias das vítimas do Meco anunciou hoje que vai requerer a nulidade do inquérito arquivado pelo Ministério Público, contestando que o único sobrevivente da tragédia, João Gouveia, não tenha sido constituído arguido.
Vítor Parente Ribeiro revelou à Agência Lusa que foi notificado da decisão oficial do Ministério Público (MP) hoje de manhã pela Polícia Judiciária (PJ) no seu escritório de advocacia, em Lisboa, confirmando que a fundamentação sobre a ausência de qualquer indício de crime ocupa cerca de 100 folhas do despacho de arquivamento.
Entretanto, a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa confirmou hoje o arquivamento do processo, indicando que da investigação não resultaram indícios da ocorrência de crime.
O advogado disse que vai analisar o despacho, mas que é certo que vai invocar a nulidade do inquérito/investigação, depois de o Ministério Público ter recusado constituir João Gouveia como arguido no processo.
Este requerimento a solicitar a nulidade do inquérito - disse - será endereçado ao juiz de instrução criminal de Sesimbra.
Vítor Parente Ribeiro salientou que este processo "está eivado de anormalidades" e que as famílias vão reunir-se consigo no domingo para estruturar as medidas a tomar.
A tragédia aconteceu em dezembro do ano passado, quando seis jovens foram arrastados por uma onda na praia do Meco, Sesimbra, tendo havido apenas um sobrevivente, João Gouveia.
O caso foi, quase de imediato, ligado a rituais de praxes, já que todos os jovens pertenciam à Comissão Oficial de Praxes Académicas da Lusófona (COPA).
Em fevereiro, os pais dos seis jovens que morreram anunciaram que iam interpor uma "queixa-crime contra o sobrevivente, João Gouveia", e pediram à PGR que os ajudasse "a descobrir a verdade".
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