Vila do Conde espera candidatar Mosteiro a programa de reabilitação urbana
Porto Canal / Agências
Vila do Conde, 04 de jul (Lusa) -- A Câmara Municipal de Vila do Conde espera poder candidatar o Mosteiro de Santa Clara a um programa nacional de reabilitação urbana, disse hoje à lusa o autarca local.
Mário Almeida, que falava horas depois de mais um pequeno incêndio no edifício, explicou que já teve uma reunião com a Comissão de Coordenação da Região Norte (CCDR-N) nesse sentido e que aguarda agora um outro encontro com a direção Regional de Cultura, agendado para a próxima semana, para definir "o que se vai fazer" com o monumento.
A recuperação da fachada e da caixilharia é uma obra que está orçada em cerca de "250 mil euros", mas se o Estado "não tiver condições para comparticipar 15% do valor total) a edilidade "assume tudo", garantiu o autarca.
Mário Almeida defende que "é urgente definir o que se vai fazer com aquele espaço", porque a Administração Central "não pode mostrar-se apenas preocupada com a Torre dos Clérigos, no Porto," - um monumento para o qual a Comissão de Coordenação da Região Norte já garantiu verbas para a sua recuperação.
"Temos que sair do próximo encontro com um compromisso em relação ao futuro do mosteiro", assegurou Mário Almeida que garante "não desistir" desta luta.
Para já, e enquanto não se garantem verbas, é "urgente, pelo menos, vedar o mosteiro, para evitar que marginais lá entrem provocando incêndios", disse ainda à Lusa o socialista.
A Câmara Municipal de Vila do Conde está também disposta a vedar o edifício, caso o Ministério da Justiça, que tutela aquele espaço, concorde.
Este último incêndio ocorrido na carpintaria do mosteiro foi de "poucas dimensões, mas, um dia destes, e a manter-se a situação atual, "poderá ocorrer uma tragédia", voltou a alertar o autarca.
Após cerca de oito anos de diligências junto do Governo, Mário Almeida afirma que mantém a "esperança" que o mosteiro será transformado, por exemplo, num Tribunal de Família, na Divisão da PSD da Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Santo Tirso ou, ainda, numa escola de hotelaria do norte.
"Há várias hipóteses que podem ser equacionadas", concluiu.
Foi em 2002 que foi assinada a conversão daquele espaço, que funcionava como centro educativo para menores delinquentes, em sistema de pousada, através de um protocolo realizado entre os ministérios da Justiça e do Ordenamento do Território e da Administração Local.
A Câmara comprometeu-se a elaborar o projeto do novo centro educativo, de forma a deixar o mosteiro livre para o Estado o transformar.
Em setembro de 2008, o Turismo de Portugal e o Grupo Pestana, proprietário da rede das Pousadas de Portugal, firmaram um contrato para a transformação do imóvel em pousada, um projeto que, entretanto, caiu por terra.
O centro educativo foi inaugurado em 2010, mas o mosteiro permanece fechado até hoje.
MYV // MSP
Lusa/Fim