Museu em Ribeira de Pena permite viagem pelo ciclo do linho

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Porto Canal / Agências

Ribeira de Pena, 29 jul (Lusa) -- O Museu do Linho de Ribeira de Pena é inaugurado na quinta-feira, em Limões, possibilitando aos visitantes uma viagem que começa com a semente na terra e acaba com o fio nos teares, onde artesãs trabalharão ao vivo.

O Centro Interpretativo/Museu do Linho fica instalado num antigo edifício, recuperado pelo município, que está localizado no meio da aldeia de Limões, onde a tradição do linho foi passando de geração em geração.

Maria de Jesus, 70 anos, recorda os velhos tempos em que "praticamente em todas as casas havia um tear".

Hoje já não é assim, mas algumas artesãs teimam em manter viva a tradição. Para o efeito juntaram-se na Cooperativa de Artesanato de Limões, que vai trabalhar em parceria com a Câmara de Ribeira de Pena na gestão do centro interpretativo.

É uma aposta para, segundo afirmou o presidente da autarquia à agência Lusa, Rui Vaz Alves, dinamizar o linho no concelho.

No rés-do-chão do edifício fica instalada uma exposição permanente, onde se poderá observar o ciclo moroso e complexo do linho, que começa lá para abril quando se coloca a semente na terra e se estende até que os fios chegam ao tear.

Rui Vaz Alves explicou ainda que, na inauguração do centro, estará patente ao público uma exposição temporária "das mais belas peças de linho" feitas pelas artesãs, desde as colchas às toalhas.

Depois, num piso superior ficam instalados os teares e outros instrumentos usados no processo como a roca, o fuso ou a dobadoura.

Aqui será possível parar e ficar a ouvir o bater ritmado do tear e ver a mestria e a arte das artesãs de Limões que, para além de trabalharem, vão também ensinar quem quiser sentar-se no tear a aprender algumas destas voltas que o linho dá.

"Pretende-se que seja um espaço vivo", salientou o autarca.

Rui Vaz Alves referiu ainda que, numa fase posterior, deverá abrir neste espaço um posto de venda, o que disse que poderá ajudar a manter alguns postos de trabalho e a dar projeção às peças ali confecionadas.

Maria de Jesus será uma das artesãs que irá ajudar a dinamizar o espaço museológico. Já está habitada até porque ali, no mesmo local, funcionava a sede da cooperativa que também abria as portas para mostrar aos visitantes o trabalho destas mulheres.

Aprendeu a tecer muita nova, mas foi quando regressou a Limões, depois de 30 anos em Lisboa, que se começou a dedicar à arte.

Lamentou que agora "já pouco se vende", mas confessou que espera que, com o museu, possam chegar mais visitantes a Limões.

Este espaço é inaugurado no dia da abertura a Feira do Linho que visa promover a arte e onde se poderão ver e adquirir os melhores panos e peças saídos dos teares antigos e das arcas centenárias.

A primeira edição do certame surgiu em Ribeira de Pena no ano 1999, como forma de promover e revitalizar uma atividade de grandes tradições entre as populações do concelho, para tornar conhecidas as produções artesanais locais e promover as potencialidades turísticas do concelho e a gastronomia local.

Mas não só de linho se faz esta festa. No recinto haverá ainda mel, compotas, vinhos verdes, vestuário tradicional e fumeiro.

PLI // JGJ

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