Líder da CGTP diz que Ricardo Salgado já era "um caso de polícia" há vários anos
Porto Canal / Agências
Lisboa, 25 jul (Lusa) - O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, afirmou hoje que Ricardo Salgado já "era um caso de polícia" há vários anos e considerou que o BES é "outro caso de polícia" que deve ser investigado.
O ex-presidente do BES foi detido na quinta-feira no âmbito da "Operação Monte Branco", que investiga a maior rede de branqueamento de capitais em Portugal, e ficou em liberdade mediante uma caução de 3 milhões de euros, após ter sido interrogado ao longo de várias horas.
Comentando o caso, à margem de um protesto da CGTP frente à Assembleia da República, Arménio Carlos considerou que "o processo em que está envolvido esse senhor, que é do setor financeiro, já era um caso de polícia há três anos, e não é de agora".
"Há pessoas detidas há dois anos, não se percebe porque é que só agora é que este senhor foi chamado", declarou, acrescentando que "há outro caso de polícia que é preciso averiguar que é o Banco Espírito Santo (BES)".
O líder da CGTP frisou também que a justiça deve funcionar "em tempo célere" sob pena de "os portugueses começarem a pensar que a justiça é rápida para penalizar aqueles que menos tem e é muito morosa e, se possível, até permite a prescrição de processos daqueles que (...) pertencem ao setor financeiro".
Questionado sobre o facto de Ricardo Salgado, que já tinha sido ouvido como testemunha neste processo, só ter voltado a ser chamado à justiça, e na qualidade de arguido, depois de abandonar a presidência do BES, Arménio Carlos ironizou: "Não queremos fazer juízos de valor, mas como diziam os espanhóis, a gente não acredita em bruxas, mas que há bruxas há".
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