Ricardo Salgado afirma "total disponibilidade para colaborar com a justiça"
Porto Canal / Agências
Lisboa, 24 jul (lusa) - O ex-presidente do BES, hoje interrogado pelo juiz Carlos Alexandre no decurso do processo Monte Branco, manifestou a sua "total disponibilidade para colaboar com a justiça no apuramento da verdade", como "já o fez" há dois anos.
"Ricardo Salgado reitera a sua total disponibilidade para colaborar com a justiça no apuramento da verdade, como já o fez, no âmbito do processo, há cerca de dois anos. Ricardo Salgado acredita que a verdade e a justiça acabarão por prevalecer", refere um comunicado do ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES) enviado à agência Lusa.
No mesmo comunicado, Ricardo Salgado diz ainda que "confia na objetividade da informação pública divulgada" sobre o caso.
Após ser inquirido pelo juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), Ricardo Salgado ficou em liberdade mediante uma caução de 3 milhões de euros.
Ricardo Salgado foi interrogado durante a manhã e a tarde de hoje, na qualidade de arguido, pelo juiz Carlos Alexandre, depois de ter sido detido no âmbito da "Operação Monte Branco", que investiga a maior rede de branqueamento de capitais em Portugal.
Francisco Proença de Carvalho, advogado de Ricardo Salgado, disse à saída do TCIC que o seu constituinte "colaborou com a justiça, prestou a sua visão sobre os factos e assim continuará" e que "agora seguirá para casa, normalmente".
Num comunicado posterior, a Procuradoria-Geral da Republica (PGR) informou que, de acordo com a promoção do Ministério Público, foram aplicadas ao arguido as medidas de coação de "sujeição a caução, no montante de três milhões de euros, proibição de ausência do território nacional e proibição de contactos com determinadas pessoas".
Segundo a PGR, está em causa a "eventual prática de crimes de burla, abuso de confiança, falsificação e branqueamento de capitais".
A PGR esclarece ainda que, no âmbito do processo Monte Branco, "foram identificados movimentos financeiros" que, numa primeira fase, levaram à inquirição como testemunha de Ricardo Salgado.
"Após essa audição prosseguiram diligências de investigação com a cooperação da Autoridade Tributária e Aduaneira, designadamente com a obtenção de elementos de prova por via da cooperação judiciária internacional, tendo sido recolhidos novos indícios que justificaram um conjunto de diligências de busca que, ontem [quarta-feira], foram levadas a cabo", explica o comunicado.
A detenção de Ricardo Salgado aconteceu na sequência de buscas efetuadas na quarta-feira a várias entidades do Grupo Espírito Santo.
FC/JYS // ARA
Lusa/Fim