Cabo Verde precisa de cerca de 335 mil euros para catalogar maravilhas naturais
Porto Canal / Agências
Cidade da Praia, 24 jul (Lusa) - Cabo Verde precisa de cerca de 335 mil euros para catalogar os 318 monumentos naturais identificados nos 22 municípios, o grande objetivo da segunda fase do projeto "7 Maravilhas", que deverá decorrer de abril a outubro de 2015.
A informação foi avançada quarta-feira à imprensa por Eunice Silva, presidente da Comissão Nacional do projeto "7 Maravilhas" de Cabo Verde, deputada do Movimento para a Democracia (MpD, na oposição) e presidente da Rede de Parlamentares para o Ambiente, Luta Contra a Desertificação e Pobreza, durante a apresentação dos resultados da primeira fase.
Para a segunda fase, a responsável indicou que o valor será utilizado para a elaboração de um catálogo, de uma carta cartográfica, análise científica, georreferenciação dos sítios e de uma carta turística com todos os monumentos identificados nos 22 municípios cabo-verdianos.
"Já temos um inventário com 318 patrimónios identificados e queremos que passem a constar de um documento trabalhado do ponto de vista ilustrativo, técnico-cultural, maquetado e que resulta num catálogo que sirva a sociedade, os operadores económicos e as famílias para, não só mostrar aquilo que é Cabo Verde, como também para fazer uso do património para promover o país", salientou.
"A segunda fase do projeto está orçada em 37 mil contos (cerca de 335 mil euros) até à produção da carta turística. Mas qualquer parceiro que quer colaborar pode ir ao nosso orçamento, onde encontra 12 itens e pode escolher qual deles apoiar", pediu a deputada ao lamentar, no entanto, as garantidas de apoio que teve na primeira fase de várias instituições, mas que não chegaram a ser concretizadas.
Por isso, a primeira fase foi orçada em cerca 154 mil euros, mas a organização não conseguiu chegar aos 20 mil euros junto dos parceiros e potenciais patrocinadores, o que fez com que a maior parte das pessoas trabalhasse em regime de voluntariado.
"Apesar das dificuldades, conseguimos cumprir os prazos na primeira fase. A segunda fase estava programada para um ano e meio, mas já perdemos quase meio ano. Temos que ter recursos e se ainda chegarem a tempo, pelo menos o catálogo será elaborado até outubro de 2015", prosseguiu.
"Na primeira fase, fizemos a identificação dos sítios. Agora temos de trabalhá-los e preservá-los do ponto de vista cultural, científico e localização geográfica", indicou Eunice Silva, para quem o catálogo será um "instrumento útil para o desenvolvimento do país".
A primeira fase do projeto consistiu na identificação de todas as maravilhas naturais de Cabo Verde, sendo que as sete finalistas escolhidas no passado mês de dezembro foram o Parque Natural de Monte Gordo e Carbeirinho, na ilha de São Nicolau, Salinas de Pedra de Lume e Praia de Santa Maria, no Sal, Monte Cara, em São Vicente, Vulcão do Fogo e o Deserto de Viana, na ilha da Boavista.
A iniciativa é da Rede de Parlamentares para o Ambiente, Luta contra a Desertificação e a Pobreza, que congrega 46 dos 72 deputados à Assembleia Nacional (AN) cabo-verdiana.
A Comissão Nacional do projeto "7 Maravilhas" de Cabo Verde é composta ainda por Euclides de Pina, do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder desde 2001).
RYPE // JCS
Lusa/fim