Plataforma Noroeste Global quer transformar macrorregião numa marca internacional
Porto Canal com Lusa
Uma plataforma de cooperação entre autarquias, universidades e empresas, para transformar a macrorregião do Noroeste numa marca em termos internacionais, foi hoje apresentada no Porto, tendo competências na área dos projetos de investigação e investimento e na comunicação.
Esta é uma iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian, à qual se juntaram os municípios de Braga, Guimarães, Porto e Aveiro e as universidades de Aveiro, do Minho, do Porto e o Centro Regional do Porto da Universidade Católica, para além da COTEC, tendo o protocolo para a criação da Plataforma de Cooperação Noroeste Global sido assinado hoje à tarde no Porto, após a apresentação do livro Noroeste Global.
Aos jornalistas, João Ferrão, um dos coordenadores do projeto Noroeste Global, explicou que o objetivo é "colocar esta macrorregião do país na frente da inovação e na frente da internacionalização", já que "o Noroeste corresponde a um dos dois grandes motores do país".
"O Noroeste devia-se transformar numa marca em termos internacionais. O objetivo desta plataforma é sempre ajudar a colocar o país no mundo global em que nós vivemos hoje", explicou.
João Ferrão acrescentou ainda que o Noroeste "não é uma região que exista do ponto de vista legal, mas é uma região que existe no dia-a-dia, na forma como as pessoas, as empresas e as instituições se relacionam entre si".
"Dar visibilidade à região, dar sentido à região, pôr os atores a trabalhar uns com os outros de uma forma inclusiva", disse, garantindo que esta macrorregião "não vai colidir com outros arranjos entre municípios ou outros mapas que existam".
De acordo com o coordenador, "esta plataforma, ao reunir universidades, autarquias e empresas vai permitir estabelecer um programa de ação, constituído por iniciativas", adiantando ainda que o secretário executivo da plataforma é Jorge Gonçalves, que foi vice-reitor da Universidade do Porto, e que terá o papel de manter em articulação permanente as universidades, as autarquias e as empresas, para além da responsabilidade de monitorizar.
"Esta plataforma terá com certeza uma maior capacidade de mobilizar e de utilizar de forma inteligente e eficiente fundos comunitários no próximo quadro mas o grande objetivo é dar força à região e aos seus atores para beneficiarem de fundos que existam a nível europeu mas que não estão afetos a Portugal", justificou.
O presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Artur Santos Silva, explicou aos jornalistas que "esta iniciativa tem por grande objetivo intensificar a ligação do território com a capacidade de gerar conhecimento e a economia", afirmando que "um em cada três portugueses vive no Noroeste", ou seja, "36% da população portuguesa".
"Há todos os ingredientes para, havendo uma relação muito mais estreita entre as pessoas, os centros de geração de saber e a economia, para o país ser ainda mais competitivo, mais igual e mais desenvolvido", defendeu.
Segundo João Ferrão, o objetivo é "pôr esta região do Noroeste num outro campeonato" já que "nos últimos anos Portugal não tem conseguido ter uma presença forte nesses programas europeus".
"Temos que reforçar a nossa capacidade de retirar benefício de programas que existam", defendeu, considerando que "tem faltado escala e conhecimento".
Outro dos membros da equipa técnica é Félix Ribeiro, que explicou que "o Noroeste é o local onde foi realizado o maior esforço de investimento em todo o país em termos de ciência e de tecnologia e em termos de ensino superior nos últimos 30 anos".
O estudo identifica os clusters consolidados - onde o Noroeste já tem um peso reconhecido, como é o caso do calçado - e os protoclusters - compostos por atividades que ainda não são associados ao Noroeste mas que têm um forte potencial de crescimento.
JF // JGJ
Lusa/fim