Viseu, 22 jul (Lusa) -- O Bloco de Esquerda (BE) de Viseu exigiu hoje a requalificação do Itinerário Principal (IP) 3, de forma a ser garantida a segurança rodoviária, mas sem que sejam cobradas portagens.

Em comunicado, a comissão coordenadora distrital do BE repudia "a intenção do governo PSD/CDS, anunciada pelo secretário de Estado dos Transportes, de pôr portagens no IP3 depois da sua requalificação por empresas privadas, transformando-o numa estrada com perfil de autoestrada".

Na opinião do BE, "tal projeto significaria a negação de um direito fundamental", que é a livre circulação de pessoas, uma vez que a região ficaria "sem alternativas rodoviárias para Coimbra e para Sul, com um mínimo de segurança, tal como fizeram com o IP5", aquando a construção da autoestrada A25.

"O governo quer transformar a nossa região numa ilha rodeada de portagens por todos os lados, isolando as populações já tão fustigadas pela austeridade que não podem suportar o pagamento de portagens", lamenta.

O BE lembra que as pessoas "têm de utilizar o automóvel para se deslocarem para o local de trabalho, na ausência de uma rede eficiente de transportes públicos".

A estrutura partidária refere que o secretário de Estado Sérgio Monteiro "também já admitiu a hipótese de concessionar a construção e exploração de uma autoestrada para Sul, que não passe por Coimbra", tendo no entanto admitido que, nesse caso, "o governo não requalificaria o IP3 para não prejudicar aquele investimento privado".

"A requalificação do IP3 é um dever do Estado, a quem compete garantir a segurança rodoviária", diz o BE, sublinhando que ela é fundamental para acabar com o elevado índice de sinistralidade da via e para a revitalização do tecido económico da região.

No entender do BE, a introdução de portagens não só iria prejudicar as empresas industriais, comerciais e agrícolas, mas também "dar um golpe profundo num dos setores mais promissores" do distrito, o turismo (interno e externo).

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