Embaixador de Portugal convocado após incidente com avião presidencial da Bolívia

| Política
Porto Canal / Agências

La Paz, 03 jul (Lusa) - Os embaixadores de Portugal e da França em La Paz vão ser convocados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bolívia para consulta, na sequência do incidente com o avião de Morales, indicou o organismo, citado pela Efe.

O embaixador em La Paz é o diplomata acreditado em Lima, capital do Peru, segundo o portal do Governo, pelo que para o encontro deverá ser convocada Helena Margarida Rezende de Almeida Coutinho, em vez do cônsul-geral de Portugal em La Paz, George Rezvani Albuquerque.

Portugal e França rejeitaram inicialmente conceder autorização para a aterragem ou sobrevoo do avião do Presidente boliviano, Evo Morales, acabando por dar 'luz verde', esta madrugada.

O incidente com avião de Morales desencadeou uma 'crise' entre Europa e América Latina, com a Bolívia a qualificar como "prepotente" a recusa de vários países europeus em deixar aterrar ou sobrevoar o avião presidencial, no qual se suspeitava que poderia viajar o ex-analista da CIA Edward Snowden.

"O Presidente bolivariano foi sequestrado hoje [esta terça-feira] pelo imperialismo", afirmou o vice-presidente da Bolívia, Alvaro Linera, em declarações citadas pela Efe.

Diante do seu elenco de ministros em La Paz, Alvaro Linear afirmou que "não pode haver impunidade com este 'rasgo' de colonialismo" e que Morales "não é nenhum delinquente".

A recusa de vários países europeus em deixar aterrar ou sobrevoar o seu território o avião do Presidente da Bolívia, Evo Morales, desencadeou, esta terça-feira, uma crise diplomática face às "infundadas suspeitas", como qualificou o Governo boliviano, de que o antigo analista da CIA Edward Snowden viajava no avião presidencial.

Morales regressava à Bolívia procedentes de uma cimeira em Moscovo quando o seu avião recebeu o aviso de que se negava a sua passagem pelo espaço aéreo de França e uma paragem para reabastecimento em Portugal, pelo que teve de se desviar e aterrar de emergência em Viena.

A partir de La Paz, o ministro dos Negócios Estrangeiros, David Choquehuanca, foi o primeiro a denunciar o ocorrido e a sublinhar a indignação do Governo pelo sucedido, que, a seu ver, pôs em perigo a vida do Presidente.

Choquehuanca negou taxativamente que Snowden tenha viajado no avião de Morales, o qual negou também, em Viena, em declarações à Efe, que o ex-técnico norte-americano estivesse a bordo da aeronave, apontando nada saber do assunto.

"Nunca o vimos" em Moscovo e, em momento algum, Snowden foi tema de conversa com as autoridades russas, disse o mandatário.

Morales insistiu que não tem "nada a ver" com este assunto e afirmou que até à data nem sequer sabia quem era o ex-técnico da CIA, cujas revelações estão a constranger o Governo norte-americano.

La Paz culpou diretamente pelo sucedido os Estados Unidos, a cujo Governo acusa de orquestrar o sucedido "utilizando alguns países europeus", segundo disse o ministro da Defesa, Rubén Saavedra, que acompanha Morales na viagem.

Em conferência de imprensa no aeroporto da capital austríaca, Saavedra anunciou que a Bolívia vai recorrer aos "fóruns internacionais" para denunciar Governos que "tenham violado as normas de direito de trânsito aéreo".

A Bolívia figura como um dos 21 países aos quais, segundo o portal do WikiLeaks, Snowden solicitou asilo, ainda que o Executivo deste país andino tenha garantido, esta terça-feira, não ter recebido qualquer pedido.

Contudo, numa entrevista concedida esta semana a um canal de televisão russo, Evo Morales afirmou que estaria aberto a "debater, a analisar" o assunto em caso de haver pedido.

Vários países do bloco bolivariano, entre os quais Venezuela, Equador e Nicarágua, expressaram de imediato a sua condenação ao que sucedeu com o avião de Morales.

O Equador anunciou que vai solicitar uma reunião extraordinária de ministros dos Negócios Estrangeiros da União de Nações do Sul (Unasur) para analisar "tamanha ofensa", um pedido a que se juntou a Bolívia através da sua ministra da Comunicação, Amanda Dávila.

DM // FV.

Lusa/Fim

+ notícias: Política

"Aqui não há enganos, nem votos enganados". Joana Amaral Dias é a candidata do ADN às eleições europeias

A antiga deputada Joana Amaral Dias vai ser a cabeça de lista do partido Alternativa Democrática Nacional (ADN) às eleições europeias de 09 de junho, com o objetivo de conseguir pelo menos um mandato no Parlamento Europeu.

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".