Fracassa diálogo com separatistas ucranianos pró-russos
Porto Canal / Agências
Kiev, 16 jul (Lusa) - O grupo de contacto para a crise ucraniana lamentou hoje "a falta de boa vontade" dos separatistas pró-russos para manterem o diálogo, indicando que uma videoconferência pedida pelo Ocidente e prevista para terça-feira não se realizou.
"Infelizmente, uma videoconferência com os separatistas, prevista para terça-feira, não se realizou", indica um comunicado do grupo de contacto, publicado no 'site' da Organização de Cooperação e Segurança na Europa (OSCE).
"Isto mostra a falta de boa vontade dos separatistas para iniciar conversações substanciais sobre um cessar-fogo que possa ser mutuamente aceite", acrescenta.
O grupo de contacto tripartido integra a OSCE, Ucrânia e Rússia.
A União Europeia vai estudar a adoção de novas sanções contra a Rússia, na cimeira hoje em Bruxelas, quando se regista um agravamento das tensões no leste da Ucrânia e as autoridades de Kiev receiam uma invasão russa.
De acordo com uma fonte diplomática, os Estados-membros prepararam um conjunto de novas medidas, nomeadamente o congelamento de programas na Rússia desenvolvidos pelo Banco Europeu de Investimentos (BEI) e do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (BERD).
A mesma fonte acrescentou estarem a decorrer conversações para "juntar novos nomes à lista das sanções".
Os Estados Unidos também indicaram na terça-feira à noite a possibilidade de agravarem unilateralmente as sanções que impuseram à Rússia.
Kiev pediu na terça-feira novas sanções europeias contra a Rússia, acusada de apoiar os separatistas.
"O agravamento da situação na região de Donbass, as numerosas provas do envolvimento da Rússia nos combates dão cada vez mais razões para passar à 'fase três' das sanções para contrariar a agressão russa", declarou o porta-voz da diplomacia ucraniana, Vassyl Zvarych, em conferência de imprensa.
A UE proibiu, até aqui, a atribuição de vistos e congelou os bens de cerca de 60 personalidades russas e ucranianas implicadas na escalada do conflito entre os dois países, mas sem impor sanções económicas de envergadura contra setores, uma etapa conhecida em Bruxelas como a 'fase três'.
Os combates e bombardeamentos na zona de Lugansk, localidade com perto de 500 mil habitantes, causaram 12 mortos, nas últimas 24 horas, e mais de 60 feridos entre a população civil, de acordo com o serviço de imprensa da "república popular de Lugansk" autoproclamada.
A câmara de Lugansk decretou na terça-feira três dias de luta, na sequência "da morte de 17 civis em três dias".
Desde o início da "operação antiterrorista", as baixas do exército ucraniano elevam-se a 258 mortos, 922 feridos e 45 soldados feitos prisioneiros, informou na terça-feira o serviço de imprensa.
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