Marques Mendes diz que Portas se "precipitou" e não prestou um bom serviço ao país
Porto Canal / Agências
Porto, 02 jul (Lusa) -- O ex-líder do PSD Marques Mendes considerou hoje que Paulo Portas "se precipitou" ao apresentar a sua demissão, acusando-o de não ter prestado "um bom serviço" a ele próprio, à coligação, ao CDS-PP e ao país.
Paulo Portas apresentou hoje o seu pedido de demissão do cargo de ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros a Pedro Passos Coelho, tendo o primeiro-ministro anunciado hoje que não pediu a exoneração do ministro ao Presidente da República.
Em declarações ao canal televisivo SIC, Marques Mendes afirmou que "as pessoas estão todas perfeitamente confusas com tudo isto" e que "foi aberta uma crise política e a crise está adiada, não está resolvida".
"Percebo até razões que vi alegadas por Paulo Portas, a de que se devia aproveitar a oportunidade para uma refrescadela, uma orientação diferente, algumas mexidas diferentes (...), mas não entendo que o não acolhimento disso por parte do primeiro-ministro signifique a sua demissão, que é a abertura de uma crise política", criticou.
O social-democrata foi perentório: "acho que Paulo Portas se precipitou, não prestou um bom serviço nem a ele próprio, nem à coligação, nem ao seu partido, nem ao país".
Para Marques Mendes, nas últimas 48 horas, houve várias coisas no país "perfeitamente anormais".
"Eu não compreendo a demissão do ministro das Finanças anterior, Vitor Gaspar. Acho um exemplo de irresponsabilidade", começou por dizer.
Na opinião do social-democrata, o ex-ministro "pode ter razão em muitas coisas, mas alguém que em dois anos pede a demissão três vezes não é uma pessoa responsável, sobretudo naquela área".
Paulo Portas apresentou hoje o seu pedido de demissão ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que, contudo, não o aceitou, para já.
Paulo Portas referiu, num comunicado, que a decisão é "irrevogável" e justificou-a com a discordância na escolha de Maria Luís Albuquerque para a pasta das Finanças, depois da saída de Vitor Gaspar, na segunda-feira.
Numa declaração ao país, Pedro Passos Coelho comunicou a intenção de esclarecer as condições de apoio político ao Governo de coligação com o CDS-PP e o sentido da demissão do ministro Paulo Portas.
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