Universidade do Porto levou corte de 300 mil euros no último duodécimo sem aviso
Porto Canal / Agências
Porto, 02 jul (Lusa) -- O reitor da Universidade do Porto (UP) revelou hoje que o Governo cortou 300 mil euros no último duodécimo sem pré-aviso e lamentOU que se tenha de trabalhar "sem rede" e sem informação sobre o Orçamento Retificativo.
"Estamos a trabalhar sem rede e sem conhecimento do que se vai passar", asseverou à Lusa Marques dos Santos, informando que a UP registou um corte de 300 mil euros no último duodécimo sem ter sido informada previamente.
Em entrevista à Lusa, à margem da abertura da Universidade Júnior, um projeto da UP que envolve mais de cinco mil alunos portugueses, o reitor revelou que desconhece que cortes vão ser efetuados ainda este ano letivo no âmbito do Orçamento de Estado Retificativo.
"Nós ainda não sabemos qual é o Orçamento Retificativo, ninguém nos informou quais foram as alterações no orçamento, apenas sabemos que andam a mexer nas nossas contas, andam lá a cortar. Dizem-nos que temos de cortar, cortaram-nos 300 mil euros neste duodécimo, mas não sabemos se é para continuar, se é para aumentar, se é para diminuir", declarou à Lusa.
Marques dos Santos pediu hoje ao Governo para "não complicar" a vida das academias com uma "legislação instável" e uma "burocracia" que só "serve para perder tempo e dinheiro".
A "grande mensagem" que Marques dos Santos deixou hoje foi para o Governo "simplificar" a vida às universidades, porque as universidades "estão em competição internacional" e não podem ser tratadas como "repartições públicas".
"Se nos complicam a vida com legislação e burocracia sem qualquer sentido, torna-se quase impossível lutar por uma posição cada vez melhor no panorama internacional", observou o reitor da Universidade do Porto, uma maiores e mais prestigiados de Portugal.
Marques Mendes reiterou o pedido ao Governo para não complicar a legislação instável que existe e lamenta que a UP tenha sido levada a contratar cinco pessoas e a pagar dezenas de milhares de euros para um sistema de informação que "só serve para prestar contas".
A UP recebeu em 2013 menos 9,1 milhões de euros do Estado, um "rombo inimaginável" e "surpreendente"que compromete o normal funcionamento da maior universidade portuguesa, admitiu o reitor, Marques dos Santos.
O reitor da Universidade do Porto realizou hoje uma visita guiada a algumas das atividades da "Universidade Júnior" com início na Faculdade de Arquitetura da UP, onde jovens do 9.º ao 11.º ano aprenderam a pensar e a observar como um arquiteto.
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