Parlamento açoriano unânime na crítica a Aguiar-Branco devido a evacuações aéreas

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Porto Canal / Agências

Horta, 10 jul (Lusa) - O parlamento dos Açores aprovou hoje, por unanimidade, um protesto pela falta de meios da Força Aérea no arquipélago para assegurar as chamadas "evacuações médicas" e pelas declarações "insensíveis e irresponsáveis" do ministro da Defesa sobre esta questão.

O voto de protesto foi proposto ao parlamento regional pelo PS e recebeu o apoio de todos os partidos da oposição (PSD, CDS-PP, PPM, BE e PCP), seguindo agora para o Presidente da República, primeiro-ministro, ministro da Defesa e chefe do Estado Maior das Forças Armadas (CEMFA).

Na origem desta tomada de posição pela Assembleia Legislativa dos Açores está o caso ocorrido a 21 de junho, em São Jorge, quando um homem ferido numa tourada morreu sem ser transferido para um dos três hospitais que existem no arquipélago (nas ilhas Terceira, São Miguel e Faial) por falta de meios disponíveis da Força Aérea.

No texto do protesto que hoje aprovaram, os deputados do parlamento dos Açores consideram que está em causa uma "clara negligência da República, que deixa os açorianos das ilhas sem hospital entregues à sorte e ao azar em caso de emergência".

Por outro lado, lamentam as declarações do ministro Aguiar-Branco sobre este caso, nomeadamente quando disse que as "evacuações médicas" são responsabilidade do Governo Regional.

"Além da insensibilidade e da falta de coragem política que revelam, as declarações do senhor ministro da Defesa atestam um enorme retrocesso em relação às responsabilidades que o Estado, por via das Forças Armadas estacionadas na região, sempre assumiu no que respeita à segurança e proteção das populações dos Açores, reconhecendo as evacuações médicas como uma missão vital da Força Aérea numa região condicionada pela distância, dimensão e dispersão das suas ilhas", lê-se no texto que será enviado às autoridades nacionais.

Os deputados açorianos sublinham, também, que a alegada falta de certificação da pista do aeroporto de São Jorge para aterragens noturnas é falsa, porque só condiciona voos comerciais, tendo a própria Força Aérea já feito evacuações médicas em condições semelhantes nas Flores.

A Força Aérea não assegurou a transferência do homem ferido em São Jorge a 21 de junho por não ter tripulação disponível para o helicóptero que, normalmente, faz estas operações nos Açores. Alegou, ainda, que a transferência não podia ser assegurada com outro tipo de aeronave por falta de certificação da iluminação da pista de São Jorge.

No debate que se seguiu, o deputado socialista André Bradford, que leu também o texto no plenário, sublinhou que, como aliás já reconheceu o CEMFA, o problema está na falta de pilotos na Força Aérea. Assim, destacou que há três helicópteros "topo de gama" nas duas regiões autónomas, mas apenas um piloto para os operar, que está nas Lajes.

O PSD votou a favor deste protesto, mas lamentou que o Governo Regional não tenha ainda concluído o prometido processo de certificação da iluminação do aeroporto de São Jorge.

MP // JLG

Lusa/fim

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