Série de concertos na Parede apresenta nova etiqueta discográfica de jazz
Porto Canal / Agências
Lisboa, 07 jul (Lusa) -- A discográfica portuguesa Clean Feed apresenta, a partir da próxima sexta-feira, numa série de espetáculos na Parede, nos arredores de Lisboa, a sua nova chancela, Combat Jazz, que, "procura mostrar novos caminhos do jazz", afirma em comunicado.
No texto enviado à Lusa, a Clean Feed afirma que a nova etiqueta pautar-se-á por uma "constante busca de novas formas e sonoridades, seja através da livre improvisação, seja por uma escrita contemporânea, seja até pela proximidade com outras músicas, sempre mostrando a sua capacidade em continuamente se revelar surpreendente e atual".
O quarteto norueguês Cortex abre a esta série na sexta-feira, às 21:30, no Smup, na Parede, no concelho de Cascais.
"Os membros deste quarteto vindo da Noruega fazem parte dessa nova geração que está a mudar a face do jazz no norte da Europa, envolvidos em formações como Honest John, Saka, Friends & Neighbors, All Included, The Heat Death, Team Hegdal e Zanussi", afirma a Clean Feed.
O Cortex é formado por trompete (Thomas Johansson), saxofone (Kristoffer Berre Alberts), contrabaixo (Ola Hoyer) e bateria (Gard Nilssen).
"O que distingue o grupo é a valorização do fator intensidade. Os títulos das peças que editou em disco dizem tudo quanto a isso: "Nicotine", "Endorphine" e "Desibel" são três exemplos que remetem para fatores de excitação dos sentidos", reamata a mesma fonte.
O segundo concerto é no dia 17, à mesma hora e na mesma sala, com o Trio Baloni formado por Joachim Badenhorst, Frantz Loriot e Pascal Niggenkemper que, segundo a discográfica, se "caracteriza por tocar um jazz incaracterístico que mais parece criar estados de espírito do que propriamente narrativas".
O projeto reúne músicos europeus, da Alemanha, Bélgica e França, radicados em Nova Iorque, o que "significa que combina o melhor de dois mundos, ou dois entendimentos do que é hoje o jazz: se, por um lado, lida preferencialmente com texturas e 'ruídos', no sentido de 'sons não musicais', o que vem identificando os preceitos da improvisação no Velho Continente desde a década de 1960, segue também um modelo de associação com o composto que é muito americano", segundo a Clean Feed.
A série de apresentação termina no dia 20, às 21:30, no mesmo palco da Parede, com os Gorilla Mask. "Podia ser o que no rock se chama 'power trio', mas não é; ou é, se bem que no lugar da guitarra elétrica esteja o sax alto de Peter van Huffel e a música proposta venha tanto dessa herança como da do jazz", escreve a editora.
"Há nos Gorilla Mask algo da energia distorcida da banda punk Black Flag, mas Huffel continua essa linhagem saxofonística que passou por Charlie Parker e Eric Dolphy para desaguar no especialmente explosivo Peter Brotzmann", segundo a mesma fonte.
O combo germano-canadiano apresenta-se discograficamente com o álbum "Bite My Blues", em que há "uma música fortemente enraizada nos mesmos blues que deram origem tanto ao jazz como ao rock".
NL // MAG
Lusa/Fim