Lousã, 03 jul (Lusa) - A aldeia de xisto da Cerdeira, na Lousã, vai transformar-se em galeria de arte ao ar livre durante nove dias, acolhendo obras de 17 artistas, que estarão espalhadas pelo lugar e pela natureza circundante entre 12 e 20 de julho.

Durante nove dias, a aldeia, com pouco mais de 10 habitantes, recebe a 9.ª edição do "Elementos à Solta - Art Meets Nature", desenvolvido pela Agência para o Desenvolvimento Turísticos das Aldeias do Xisto (ADXTUR), tendo, para além da galeria de arte, concertos, teatro, oficinas e cinema.

As peças dos 17 artistas, 14 nacionais e três estrangeiros, estarão "a espreitar às janelas das casas", nas paredes, caminhos, junto "à fonte ou escondidas atrás de uma árvore", contou à agência Lusa Rui Simão, coordenador da ADXTUR.

A instalação artística "pega na aldeia e no seu contexto geomorfológico" e transforma-a numa espécie de galeria de arte, que se relaciona com o espaço, havendo o cuidado de as obras escolhidas poderem ter "um diálogo" com o lugar, referiu.

Com esta iniciativa, pretende-se explorar a aldeia do xisto "a partir do seu património natural, construído e imaterial", criando uma ponte entre abordagens contemporâneas a materiais como a madeira, cerâmica, pedra ou vidro com a "identidade" da Cerdeira, explicou o coordenador.

Segundo Rui Simão, o evento procura "novos caminhos e um novo conceito de comunidade", sempre conetado "ao património e herança dos saberes" locais.

Para além das obras de arte que irão estar espalhadas pela aldeia da Cerdeira, haverá concertos de jazz e de guitarra portuguesa, espetáculos de marionetas, palestras, oficinas dadas pelos artistas que estarão expostos, provas de chá e a "Taberna das Artes", em que um chefe irá "apresentar uma abordagem contemporânea" a produtos locais.

No dia 17 de julho e inserido na iniciativa, será inaugurado o "Welcome Center das Aldeias do Xisto, na vila da Lousã", e no dia 18 estará presente a presidente do Conselho Mundial de Artesanato.

O evento quer também alterar a perceção que se tem sobre o artesanato, que "é arte com as mãos e não apenas algo arcaico", sublinhou Rui Simão.

Os habitantes da aldeia da Cerdeira "estão envolvidos na organização da iniciativa" e têm também oportunidade de "dar a conhecer os seus trabalhos e produtos" durante os nove dias em que decorre o evento, que este ano tem como tema "Identidade e Autenticidade".

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