Quercus diz que reintrodução do lince em breve é "apressado e pouco transparente"

| País
Porto Canal / Agências

Lisboa, 03 jul (Lusa) - A Quercus manifestou-se hoje apreensiva com a primeira tentativa de reintroduzir o lince ibérico em Portugal, que poderá acontecer em breve, processo que considera "demasiado apressado e pouco transparente".

Perante as informações de que "estará para breve, a primeira tentativa de reintrodução do Lince-ibérico em território nacional, no Vale do Guadiana, a Quercus vem demonstrar a sua apreensão sobre aquilo que parece ser um processo demasiado apressado e pouco transparente", refere um comunicado da associação.

As dúvidas da associação relacionam-se com os critérios na "seleção das áreas a intervir, neste caso o Vale do Guadiana, ao nível da existência de um continuum de habitat favorável que permita albergar uma população viável do felino fortemente ameaçado e a existência de populações de coelho bravo suficiente para manter uma população de lince".

"Considerando a proximidade das eleições legislativas no próximo ano, teme-se que possa haver neste processo alguma tentativa de instrumentalização política de uma decisão que deve reger-se por critérios técnicos exigentes e inquestionáveis", salienta.

O secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Miguel de Castro Neto, disse à Lusa, na terça-feira, que a presença de coelho bravo, principal alimento do felino, continua a ser monitorizada e os dados "indicam que a população está a aumentar e previsivelmente a todo o tempo irá proceder-se à reintrodução do lince".

A transferência da espécie para a natureza "é um processo demasiado importante e que teve um investimento tão grande, de tanta gente e durante tantos anos, que não iríamos ser precipitados e reintroduzir o lince sem ter a certeza absoluta de que estavam reunidas todas as condições", realçou Miguel de Castro Neto acerca do adiamento da decisão de reintroduzir o lince em junho.

Para os ambientalistas, "a falta de informação disponível e a urgência injustificada podem deitar tudo a perder" no regresso do lince ibérico, uma das espécie mais ameaçadas do mundo.

A Quercus solicitou informações junto do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) sobre os resultados dos trabalhos realizados em Portugal e Espanha nas zonas pré-selecionadas para receber o lince, mas "não teve qualquer resposta".

Os ambientalistas dizem desconhecer o grau de compatibilização da espécie com as atividades agro-florestais e a exploração cinegética e em que medida serão minimizados os impactos do lince.

A Quercus alerta ainda que a Comissão de Acompanhamento Externa, no âmbito do Plano Acção para a Conservação Lince-ibérico, não reúne desde 2010, situação que consideram "incompreensível, atendendo a que, dada a elevada complexidade da operação e os riscos associados a esta fase do processo, deverá procurar-se o máximo consenso possível".

Para a associação, "não parece que estejam assegurados os recursos financeiros adequados para que o ICNF possa garantir a continuidade deste processo no futuro".

Na terça-feira, várias entidades assinaram o Pacto Nacional para a Conservação do Lince Ibérico em Portugal, um documento que pretende reunir consensos para chegar às condições necessárias para o regresso da espécie.

EA // SO

Lusa/Fim

+ notícias: País

EuroDreams. Dois apostadores vencem prémio de dois mil euros por mês durante cinco anos

A chave do sorteio de Eurodreams desta segunda-feira ditou a atribuição de um terceiro prémio a oito apostadores portugueses, no valor de 137,73 euros.

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".

Proteção Civil desconhece outras vítimas fora da lista das 64 de acordo com os critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) disse hoje desconhecer a existência de qualquer vítima, além das 64 confirmadas pelas autoridades, que encaixe nos critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro.