Universidade de Coimbra requalifica Jardim Botânico para o abrir à cidade
Porto Canal / Agências
Coimbra, 01 jul (Lusa) - A Universidade de Coimbra (UC) vai requalificar o Jardim Botânico, do século XVIII, com vista a uma "abertura plena" do espaço à cidade, numa intervenção que terá um investimento de dois milhões de euros.
A intervenção, que conta com fundos comunitários, prevê a requalificação da estufa, de um espaço para atividades pedagógicas, do percurso que liga o Jardim Botânico ao Paço das Escolas e a criação de um miradouro com vista para o rio Mondego.
Na requalificação da estufa, foi tida em atenção a procura do público por "flores", o que vai levar à ocupação de uma das secções da estufa por "uma grande coleção de orquídeas" e na zona central da estufa será criado um lago "com melhores condições" e de maior dimensão, avançou Paulo Trincão, diretor do Jardim Botânico, que falava na apresentação do projeto de requalificação daquele espaço.
Na secção tropical da estufa, irá ser utilizado o conceito "de latitude zero", onde estarão apenas plantas colhidas "na linha do Equador", informou o responsável.
Nas traseiras da estufa, haverá um jardim de carnívoras portuguesas e "pequenas estufas", que terão carnívoras tropicais, referiu.
Perto do Instituto Justiça e Paz e atrás do Departamento de Química, será criada uma nova entrada para o jardim, sendo requalificado o caminho pedonal existente, entre aquele ponto e o Botânico.
Também serão recuperados "cerca de 70%" dos muros e portões do jardim.
O reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, presente na apresentação que decorreu na Sala do Senado, salientou que a requalificação do espaço "não é intrusiva" e que "inclui o jardim na cidade, dando-lhe outro enquadramento".
Apesar de enaltecer a componente turística do jardim, João Gabriel Silva sublinhou que a requalificação irá também permitir criar conhecimento, registando um aumento do uso do Botânico para fins científicos.
Helena Freitas, vice-reitora da UC, afirmou que o projeto começou a ser estudado em 2010, concretizando-se agora, depois "de mais de um século desde a última grande intervenção", perpetrada pelo antigo diretor do Botânico, Júlio Henriques, no final do século XIX.
A requalificação é uma forma "de abrir o jardim à cidade, tornando-o um elemento essencial e visível" para Coimbra, disse.
O projeto de intervenção esteve a cargo do arquiteto João Mendes Ribeiro e espera-se que dentro de um ano a ano e meio esteja concluído.
Para além deste projeto, o Jardim Botânico, em colaboração com a Câmara Municipal de Coimbra e com as Águas de Coimbra, vai criar um percurso pedonal que liga o espaço ao Parque Manuel Braga, num investimento de cerca de 350 mil euros, também com fundos comunitários, e que prevê ainda uma intervenção na Capela de São Bento, presente no bambuzal do jardim.
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