Pais vão defender no parlamento que aulas não dependam do calendário religioso

| País
Porto Canal / Agências

Lisboa, 30 jun (Lusa) -- A Confederação Nacional de Associações de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) vai defender, no parlamento, que as férias dos alunos deixem de estar dependentes do calendário religioso, para evitar períodos de aulas "muito longos e cansativos".

Tal como aconteceu este ano, o calendário escolar do próximo ano letivo vai voltar a ser "muito desequilibrado", segundo o vice-presidente da CNIPE, António Parente, que disse à Lusa que a confederação vai agora tentar sensibilizar os deputados da Assembleia da República.

A CNIPE pediu uma audiência aos deputados da Comissão de Educação, Ciência e Cultura, durante a qual vai defender que as férias deixem de ser marcadas tendo em conta o calendário religioso.

Para a CNIPE, apenas o 1.º período se deve manter tal como está: a começar em setembro e a terminar em meados de dezembro.

"No próximo ano, o 2.º período só vai terminar no final de março. Vai ser, outra vez, um período muito longo e cansativo e depois os alunos terão um 3.º período muito curto, que vai servir apenas para se preparem para os testes e exames", alertou António Parente.

O despacho do MEC define que as aulas do ensino básico e secundário, no ano letivo de 2014/15, comecem entre 11 e 15 de setembro e terminem a 16 de dezembro. O segundo período arranca a 05 de janeiro e acaba a 20 março. O 3.º período começa a 07 de abril e termina cerca de dois meses depois, consoante o ano de ensino: os alunos do 9.º, 11.º e 12.º ano acabam as aulas a 05 de junho; os estudantes do 6.º ano, entre 05 e 12 de junho, e os restantes a 12 de junho.

Para a CNIPE, os períodos deveriam ser divididos de forma mais equilibrada: "Achamos que os meses de aulas, que vão entre janeiro e meados de junho, que é quando acabam as aulas, devem ser divididos ao meio e aí deve ser feita uma pausa. Mas não queremos apresentar uma data, um calendário definitivo, porque queremos estar abertos à discussão e à opinião".

Segundo António Parente, a CNIPE vai também pedir uma reunião com responsáveis do Ministério da Educação e Ciência (MEC) para discutir esta matéria, que "afeta o rendimento dos alunos e dos professores".

A posição da CNIPE foi tornada pública logo em maio, quando foram apresentadas as datas provisórias do calendário escolar, que suscitaram críticas das duas confederações de pais e encarregados de educação -- a CNIPE e a CONFAP.

Outra das matérias que preocupa os encarregados de educação é o calendário dos exames nacionais e o facto de os alunos do 1.º e do 2.º ciclo fazerem as provas finais ainda durante as aulas, em maio. "Achamos que os exames dos alunos do 4.º e do 6.º ano devem ser marcados para depois das aulas, tal como acontece com os outros anos", resumiu o representante dos pais.

Durante a audição no parlamento, os representantes da CNIPE vão ainda alertar para a "forma como foi tratado o encerramento das escolas do 1.º ciclo e jardins de infância".

Na semana passada, o MEC apresentou a lista das 311 escolas que já não vão abrir as portas em setembro, com o distrito de Viseu a somar o maior número de estabelecimentos de ensino encerrados (57).

SIM // MAG

Lusa/Fim

+ notícias: País

Salário mínimo, direito a férias e à greve são conquistas da Revolução dos Cravos

A implementação do salário mínimo nacional, o direito a férias, à atividade sindical e à greve foram algumas das conquistas da revolução de 1974 no mundo do trabalho, que passou a ser exercido com mais direitos.

Marcelo acompanha situação dos dois portugueses que morreram em acidente na Namíbia

O Presidente da República disse estar a acompanhar a situação dos portugueses envolvidos num acidente de autocarro no deserto da Namíbia na tarde de quarta-feira, em que terão morrido pelo menos duas nacionais.

Parlamento aprova voto de pesar pela morte do jornalista Pedro Cruz 

A Assembleia da República aprovou esta quarta-feira, por unanimidade, um voto de pesar pela morte do jornalista Pedro Cruz, aos 53 anos, recordando-o como uma das vozes “mais distintas e corajosas” da comunicação social.