Bastonário denuncia "défice grave" de cuidados de enfermagem em Viseu
Porto Canal / Agências
Viseu, 30 jun (Lusa) - O bastonário da Ordem dos Enfermeiros considerou hoje que o Hospital de Viseu tem um défice grave de cuidados de enfermagem, admitindo defender o fecho de camas se não forem contratados mais enfermeiros nos próximos dois meses.
"Viseu tem um défice grave de cuidados de enfermagem. Vou aguardar dois meses, os meses de verão, para ver se são feitas as contratações necessárias. Caso contrário, venho defender que sejam fechadas camas neste hospital", alegou.
Germano Couto esteve durante a manhã de hoje no Centro Hospitalar Tondela-Viseu, depois de ter recebido três exposições que davam conta da carência de enfermeiros naquela unidade hospitalar, podendo pôr em risco a qualidade e segurança dos cuidados prestados aos cidadãos.
Aproveitando a visita da Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros ao Hospital de Viseu, o bastonário decidiu integrar a comitiva para se inteirar da realidade e reunir com o conselho de administração.
"Desta conversa, verifiquei que já solicitaram à tutela a contratação de 53 enfermeiros no início do ano, em janeiro, mas ainda não obtiveram qualquer resposta. Acrescido a isso, temos a saída de 45 enfermeiros em 2013 e até agora só foram substituídos 23", lamentou.
De acordo com o Bastonário da Ordem dos Enfermeiros, as necessidades em cuidados de enfermagem acabam por ser colmatadas com horas extraordinárias por parte dos enfermeiros, o que só deve ser utilizado como recurso último.
"Não é possível que os enfermeiros que estão consigam prestar todos os cuidados necessários, podendo por em risco a qualidade e segurança dos cidadãos. Esta é uma profissão demasiado desgastante e há alta fadiga destes profissionais", realçou.
Germano Couto admite, no entanto, que o conselho de administração do Centro Hospitalar Tondela- Viseu fez tudo o que tinha ao seu alcance para suprir o défice de enfermeiros.
"Não houve resposta da tutela e a Ordem tem de pugnar por esta contratação necessária. Se isto não for resolvido nos próximos dois meses, terão de se fechar camas", concluiu.
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