Japão critica lançamento de mísseis mas não desmarca conversações com Coreia do Norte
Porto Canal / Agências
Tóquio, 29 jun (Lusa) -- O Japão manifestou-se hoje contra o lançamento de mísseis balísticos pela Coreia do Norte mas prometeu avançar como o raro diálogo de alto de nível, previsto para esta semana, com Pyongyang.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Fumio Kishida, disse aos jornalistas ter contestado o lançamento através dos canais diplomáticos, mas realçou que não há alterações relativamente às conversações marcadas para terça-feira em Pequim.
O encontro tem como objetivo avaliar o progresso da investigação, prometida por Pyongyang, relativamente ao destino dos cidadãos japoneses sequestrados por agentes norte-coreanos durante a Guerra Fria.
Fonte do Ministério da Defesa da Coreia do Sul disse que a Coreia do Norte lançou dois mísseis balísticos para o Mar do Leste (Mar do Japão) a partir da sua costa leste, os quais caíram em águas internacionais.
"Apesar de o encontro servir para abordar a questão dos sequestros, pensamos que esta pode ser também uma importante oportunidade para abordar a questão dos mísseis e do nuclear", acrescentou.
O encontro vai ter lugar cerca de um mês depois de Tóquio ter anunciado que irá aliviar as sanções contra Pyongyang se a Coreia do Norte voltasse a investigar os casos de sequestro, um assunto que o primeiro-ministro conservador, Shinzo Abe, tem vindo a tentar resolver.
Tóquio sustenta que, entre 1977 e 1983, pelo menos 17 japoneses foram sequestrados pela Coreia do Norte para ministrarem aulas de línguas e cultura no âmbito dos seus programas de formação de espiões.
Apenas cinco puderam regressar a casa, com Pyongyang a assegurar que os restantes morreram ou que nem sequer pisaram território norte-coreano, uma versão colocada em causa pelo Executivo japonês.
O regime norte-coreano comprometeu-se a criar uma comissão de inquérito nas próximas três semanas, apesar de muitas vozes no Japão, incluindo familiares dos sequestrados, estarem de pé atrás, dado que Pyongyang prometeu, em 2008, resolver o assunto e desde então não se verificaram progressos.
O Japão e a Coreia do Norte não têm relações diplomáticas.
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