Protestos obrigam a encurtar histórica visita de ministro chinês a Taiwan
Porto Canal / Agências
Taipé, 28 jun (Lusa) -- O itinerário do último dia da visita a Taiwan do diretor do gabinete do Conselho de Estado para os Assuntos de Taiwan, foi encurtado devido a receios de renovados protestos.
Dois dos pontos da agenda programados para hoje foram cancelados, anunciou o Conselho de Assuntos da China Continental (CACC) no seu portal na Internet, depois de a comitiva de Zhang Zhijun se ter deparado com uma manifestação na noite de sexta-feira.
Zhang Zhijun, que tem o estatuto de ministro, figura como o mais importante responsável chinês a visitar Taiwan em 65 anos.
Antes de rumar, esta noite, a Pequim, o diretor do gabinete do Conselho de Estado para os Assuntos de Taiwan vai visitar ainda assim uma escola para deficientes, manterá um encontro com o presidente da câmara de Taichung, Jason Hu, fazendo também uma paragem num templo, colocando um ponto final na sua visita oficial à ilha iniciada na passada quarta-feira.
A visita é interpretada como um avanço na institucionalização dos laços entre a China e Taiwan, já que até agora não se tinham realizado encontros de alto nível como este, mas apenas entre fundações com poderes delegados pelos respetivos governos.
Taiwan, que continua a assumir-se como representante da República da China (sem o adjetivo "popular"), é vista por Pequim como uma província chinesa e não uma entidade politica soberana.
O Partido Comunista Chines defende a "reunificação pacífica" com Taiwan segundo a mesma formula adotada para Hong Kong e Macau ("um país, dois sistemas"), mas ameaça "usar a força" se a ilha declarar a independência.
As relações entre os dois territórios melhoraram com a chegada à presidência em Taiwan de Ma Ying-Jeou em 2008.
Ma Ying-Jeou pôs de lado a retórica nacionalista do partido Kuomintang em benefício do desenvolvimento das trocas económicas com a China, primeiro parceiro comercial de Taiwan.
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