Barcelos, 20 mai (Lusa) - O presidente da Associação de Artesãos "O Galo", de Barcelos, garantiu hoje que vai processar o diretor do Centro de Emprego daquele concelho, por alegadamente ter usado as suas funções para uma "intolerável ingerência" na vida interna da coletividade.

"Disse-nos que tinha um projeto para a nossa associação, mas que só o revelava se nós lhe garantíssemos que faríamos tudo como ele mandasse e se a atual direção se demitisse", acusou Paulo Ralha, presidente de "O Galo".

Contactado pela Lusa, o diretor do Centro de Emprego de Barcelos, Armando Santos, disse que "só pode ter havido má interpretação" das palavras que proferiu numa reunião com a direção daquela associação.

"Não tenho, nem podia ter, qualquer projeto para a associação. A minha função é ajudar os artesãos e é isso que tenho feito e que vou continuar a fazer. É verdade que fiz algumas críticas ao funcionamento associação, mas num espírito construtivo, no sentido de a incentivar a ter mais protagonismo e mais dinamismo na promoção dos artesãos e do artesanato de Barcelos", referiu.

Segundo Paulo Ralha, a queixa contra Armando Santos deverá dar entrada no Ministério Público ainda no decorrer desta semana.

Para o dirigente associativo, trata-se de uma "intolerável ingerência e de um abuso de poder que não podem passar em claro".

Ralha admitiu que na origem da atitude de Armando Santos possam estar "motivações político-partidárias".

"Estou conotado com o PS, penso que a explicação pode passar por aí, porque sinceramente não encontro outra", referiu.

Armando Santos refutou esta acusação, garantiu que "absolutamente nada" o move contra a associação e que o que pretende é apenas dar o seu contributo para que ela se afirme e ajude a afirmar e promover ainda mais Barcelos como "capital do artesanato".

Armando Santos é diretor do Centro de Emprego de Barcelos desde novembro.

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