Ricciardi renuncia ao cargo no Espírito Santo Financial Group

Ricciardi renuncia ao cargo no Espírito Santo Financial Group
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Porto Canal

O administrador do Banco Espírito Santo (BES) e presidente do BES Investimento, José Maria Ricciardi, renunciou ao cargo que desempenhava na administração do Espírito Santo Financial Group (ESFG), informou hoje a entidade.

A renúncia de José Maria Espírito Santo Ricciardi do conselho de administração do ESFG, a 'holding' que controla a área financeira do Grupo Espírito Santo (GES) tem efeitos imediatos, de acordo com o comunicado publicado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No mesmo documento, o ESFG dá ainda conta que o seu administrador Jackson Behr Gilbert também vai sair da instituição, neste caso, por ter atingido a idade de reforma.

Na segunda-feira, José Maria Ricciardi anunciou que vai sair de todos os órgãos sociais das empresas do Grupo Espírito Santo (GES), dedicando-se em exclusivo ao banco de investimento.

"Tendo prevalecido um projeto alternativo [no BES] para o qual não fui chamado a intervir, não se justifica que continue a participar nos órgãos sociais das empresas do Grupo [GES], mas impõe-se, sim, que me dedique em exclusivo ao programa de futuro traçado pelo Banco Espírito Santo de Investimento, que já mereceu a adesão de princípio do Banco de Portugal", anunciou o gestor numa declaração enviada à comunicação social.

E reforçou: "Posso contribuir de forma mais incisiva para a estabilidade e valorização do Grupo, concentrando toda a minha atividade no projeto de aumento de capital e consequente expansão do banco de investimento a que presido".

Isto, depois de revelar que, a 8 de junho último, "conforme acordo celebrado e subscrito pela maioria dos ramos familiares representados no conselho superior [do GES]" foi "convidado a assumir a liderança do setor financeiro do Grupo Espírito Santo".

Contudo, Ricciardi não aceitou o convite porque entende que "para fazer face aos desafios que o Grupo enfrenta é indispensável, não só a coesão de todos os ramos familiares representados no conselho superior, como ainda a unanimidade do seu voto".

O presidente do BESI sublinhou que "há mais de um ano" começou a desenvolver esforços no quadro do conselho superior do GES para alterar o modelo de governação do grupo, "quer ao nível da colegialidade das decisões, quer em termos da sua composição".

Segundo o responsável, "este esforço tem-se pautado por iniciativas sistemáticas, algumas delas do conhecimento público, que infelizmente não produziram os resultados propostos em tempo útil".

Com este comunicado, Ricciardi tornou público que teve a possibilidade de passar a liderar o setor financeiro do GES (que conta com o BES e a seguradora Tranquilidade entre os principais ativos), algo que recusou, ao mesmo tempo que dá conta de que não participou na elaboração do novo modelo de governação do banco proposto na última sexta-feira pelo principal acionista, o Espírito Santo Financial Group (ESFG).

Estas mudanças implicam a saída de Ricardo Salgado da presidência executiva do BES, passando o testemunho ao atual administrador financeiro, e seu braço-direito, Amílcar Morais Pires.

Na semana passada foi marcada uma assembleia-geral extraordinária do BES, destinada a alterar os estatutos do banco de modo a criar um novo órgão estatutário, denominado conselho estratégico.

É para este novo órgão que, caso os acionistas aprovem a proposta do ESFG, transitam os atuais administradores Ricardo Salgado, como presidente, José Manuel Espírito Santo Silva, José Maria Ricciardi, Ricardo Abecassis e Pedro Mosqueira do Amaral.

Todos estes responsáveis integram atualmente o conselho de administração do BES e vão manter-se em funções até à data da assembleia geral.

Daí em diante, se os acionistas derem luz verde às mudanças propostas, estes cinco responsáveis, que representam os cinco ramos do GES - quatro da família Espírito Santo e um de Mosqueira do Amaral -, deixam os seus cargos no conselho de administração.

Porém, face à posição assumida por Ricciardi, tudo aponta para que o gestor não venha a integrar o conselho estratégico.

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