Europa tem de afirmar-se como produtora de segurança - Ministro da Defesa

| Política
Porto Canal / Agências

Porto, 28 jun (Lusa) -- O ministro da Defesa afirmou hoje que "a Europa tem de afirmar-se como produtora de segurança", acreditando que o próximo Conselho Europeu constituirá "uma oportunidade singular" para a afirmação de respostas "mais fortes" na área da defesa.

"O Conselho Europeu, a ter lugar em dezembro, tem e deve constituir uma oportunidade singular para a afirmação da importância das questões de defesa e segurança no contexto de uma maior unidade europeia", afirmou José Pedro Aguiar-Branco, que esta manhã participou na Universidade de Verão promovida pelo Partido Popular Europeu (PPE), a decorrer no Porto.

Segundo o ministro, "sem defesa não há segurança" e a Europa deve "afirmar-se como produtora de segurança, coletivamente, e não apenas com a soma de todas as unidades".

"A mutualização e partilha de capacidades, já iniciada através da EDA, é um instrumento muito importante, diria até principal, que permitirá alavancar a defesa comum", disse.

No final da sua intervenção, em declarações aos jornalistas, Aguiar-Branco afirmou acreditar que o próximo Conselho Europeu "vai se o ponto de viragem", de onde sairá "uma Europa mais reforçada, com uma capacidade de partilha maior, com uma capacidade de ação conjunta maior, para que possa, num âmbito de uma gestão mais eficiente, ter capacidades de resposta mais fortes a ameaças que estão aí, que são globais e para as quais a Europa tem de estar preparada".

"A crise das dívidas soberanas na Europa", que "impôs programas de ajustamento financeiro em muitos dos estados", e a "reorientação estratégica dos Estados Unidos para a região da Ásia-Pacífico, associada aos cortes de 487 mil milhões de dólares que o Pentágono tem de levar a cabo no orçamento da defesa num horizonte de 10 anos", apontou, são duas "razões principais" para que a política de defesa "seja uma necessidade no quadro da União Europeia".

Para Aguiar-Branco, perante a conjugação destes dois fatores, "é imperioso adotar políticas comuns que promovam o reforço da confiança e da coesão europeias", sendo que a defesa "pode ser um dos catalisadores desse desígnio".

O ministro entende que "secundarizar as questões de defesa constitui uma miopia política que terá custos significativos a médio prazo".

"A aposta e o investimento comum no domínio da defesa trarão dividendos políticos e contribuirão para alcançar o objetivo, que considero primordial: reconquistar a confiança, a solidariedade e a coesão, quer entre os estados-membros quer entre os povos europeus", concluiu.

JAP // PGF

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