Europa deve comparticipar subsídios de desemprego - Silva Peneda

| Política
Porto Canal / Agências

Porto, 28 jun (Lusa) -- O presidente do Conselho Económico e Social (CES), José Silva Peneda, defendeu hoje que a União Europeia (EU) deve promover "estabilizadores automáticos", como comparticipar os subsídios de desemprego, para os estados-membros que "estão com maiores dificuldades".

"Porque é que não se considera que a UE possa financiar para os países que estão com maiores dificuldades algum tipo de estabilizadores automáticos, como por exemplo o subsídio de desemprego, que se paga em Portugal", questionou o responsável, em declarações aos jornalistas, no final da sua participação numa sessão da Universidade de verão do European Ideas Network, promovida pelo Grupo Partido Popular Europeu (PPE), a decorrer no Porto.

Para Silva Peneda, estar na UE significa que "há um sentimento de pertença" e "era bom para a Europa fomentar este sentimento de pertença", através da promoção de "estabilizadores automáticos".

"Parece-me que era um instrumento muito bom em termos de sentimento de pertença a UE aparecer como financiando parte do subsídio de desemprego àqueles que estão em situação mais desfavorecida", concluiu.

O responsável entende que os países com mais dificuldades e com taxas de desemprego muito elevadas, "acima da média da taxa da UE" devem "ter um benefício", através de uma discriminação positiva.

Silva Peneda considerou também que será difícil Portugal sair da crise "por si só", sendo necessário que "a Europa compreenda que tem também que dar passos para facilitar a vida" ao país.

Apesar de Portugal "estar a cumprir tudo aquilo que lhe foi imposto por instituições internacionais", o presidente do CES entende que há riscos.

"Todos sabemos que não há ajustamento que não provoque dor, [mas] o risco com o qual estamos confrontados é que podemos ter dor e não temos ajustamento, portanto é bom que as instâncias internacionais percebam que Portugal está a fazer sacrifícios notáveis, muito grandes, e é preciso perceber que tem que haver resultados disto", sublinhou.

Para Silva Peneda, Portugal não deve "ser passivo perante instâncias internacionais, especialmente perante a UE".

O programa de ajustamento a Portugal "precisa de dar uma volta muito grande para que haja dinamização do mercado interno e, por via disso, mais investimento", salientou, concluindo que gostaria que a "EU modificasse os prazos" estabelecidos para o cumprimento do pagamento da dívida.

O secretário-geral do PP, António José Seguro defendeu já a ideia de que o orçamento da UE deve comparticipar o pagamento dos subsídios de desemprego nos países cujo valor ultrapassa a média europeia de 11%.

JAP // PGF

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