Indicadores de conjuntura favoráveis antecipam "fase de recuperação" - Governo
Porto Canal / Agências
Porto, 28 jun (Lusa) -- A secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, apontou hoje os "sucessivamente mais favoráveis indicadores de conjuntura" para defender que Portugal "está prestes a entrar na fase de recuperação".
"Os indicadores de conjuntura que têm sido divulgados são sucessivamente mais favoráveis e a perceção de que a situação macroeconómica em Portugal está prestes a entrar na fase de recuperação é já uma realidade", sustentou a governante durante a mesa redonda 'Os caminhos para sair da crise', no âmbito da Universidade de Verão do European Ideas Network do PPE, que decorre no Porto.
Falando poucos minutos antes de o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgar que o défice orçamental das Administrações Públicas atingiu os 10,6% no primeiro trimestre do ano, face aos 7,9% do período homólogo de 2012, Maria Luís Albuquerque defendeu que foi a "convergência promovida pelo sucesso do ajustamento estrutural em Portugal" que "criou condições para que a tendência de redução das taxas de juro e dos 'spreads' de crédito seja dominante a prazo".
"Portugal tem, agora, condições para entrar na fase do investimento, a fase que abrirá perspetivas para o crescimento sustentado e criador de emprego", sustentou.
Segundo a secretária de Estado, "nesta nova fase, o investimento privado produtivo é o principal motor", pelo que o financiamento assume um papel "imprescindível".
A este propósito, Maria Luís Albuquerque destacou o aumento da capacidade de financiamento pelo Tesouro, que diz já ter começado "a ter reflexos nas condições de financiamento da economia", com "vários bancos e grandes empresas não financeiras" a concretizarem "cada vez mais frequentes" emissões de dívida de médio prazo e com "maturidades cada vez mais longas".
Ainda assim, Maria Luís Albuquerque admitiu que "a melhoria das condições de financiamento não se estendeu ainda à totalidade da economia", nomeadamente às Pequenas e Médias Empresas (PME).
Contudo, salientou os "passos de enorme relevância" dados nesta área "nos últimos dias", designadamente o acordo político no Ecofin sobre a diretiva de recuperação e resolução bancária (que considerou "um marco histórico") e a aprovação, na quinta-feira, pela Comissão Europeia, do "mecanismo inovador" estabelecido entre o Governo e o Banco Europeu de Investimento (BEI) que canalizará seis milhões de euros de financiamento para apoio às PME.
Na sua intervenção, a secretária de Estado salientou ainda que, com o seu rácio global 'core tier 1' (a medida mais eficaz de avaliar a solvabilidade de um banco), o sistema bancário português está hoje "entre os mais bem capitalizados da Europa" e com "as melhores condições para dar crédito à economia".
A governante defendeu, contudo, a importância de "desenvolver fontes alternativas de financiamento das empresas", quer através do futuro banco do fomento, quer do "desenvolvimento do papel comercial das empresas, aumentando a liquidez deste instrumento".
"Os desenvolvimentos positivos na execução orçamental e na correção dos desequilíbrios externos, a estabilização e reforço do sistema financeiro e a determinação na continuação do ajustamento e das reformas estruturais são os elementos que nos permitem, hoje, olhar o futuro com mais confiança", sustentou.
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