Pescadores de Âncora pedem reconfiguração do portinho após falhar a dragagem
Porto Canal / Agências
Caminha, 28 jun (Lusa) - Os pescadores de Vila Praia de Âncora, em Caminha, pediram hoje uma reconfiguração dos molhes do portinho da freguesia, depois de aquela infraestrutura ter voltado a ficar assoreada, 15 dias após ter sido dragada.
"Antes de termos um portinho entravámos e saíamos sempre, agora isso deixou de acontecer devido ao assoreamento constante. É necessário que se cumpra uma promessa anterior, de estudar uma reconfiguração dos molhes do portinho", disse hoje à agência Lusa Vasco Presa, presidente da Associação de Pescadores de Vila Praia de Âncora.
A última operação de dragagem daquele portinho, promovida pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM) por mais de 400 mil euros, arrancou a 03 de janeiro e, devido às condições atmosféricas, só foi totalmente concluída no início de junho.
"Foi insuficiente porque dragaram 56 mil metros cúbicos, que é apenas um terço da areia que estava dentro do portinho. O resultado é que 15 dias depois de terminarem já temos outra vez problemas para entrar ou sair, porque está novamente assoreado", explicou Vasco Presa.
Na quinta-feira, técnicos do IPTM já estiveram no local, tendo sido confrontados com as preocupações dos pescadores de Vila Praia de Âncora, comunidade que envolve cerca de 150 pessoas.
"Além da reconfiguração do portinho, pedimos para que sejam feitas novas dragagens, mais completas, para podermos trabalhar. Assim não dá, porque a areia continua lá e o portinho fica rapidamente assoreado", apontou ainda o porta-voz daquela comunidade piscatória.
A dragagem anterior foi realizada há quatro anos e o portinho acabou por ficar totalmente assoreado, levando vários pescadores a desistirem da atividade.
"Em 2010 tínhamos 31 embarcações e hoje são cerca de 20. Os maiores, quando não conseguem entrar aqui, têm de ir descarregar a Viana do Castelo", reconhece Vasco Presa.
A operação de desassoreamento do portinho de Vila Praia de Âncora, construído há cerca de uma década, foi considerada como prioritária, em 2012, pela secretaria de Estado do Mar, por a situação condicionar a atividade piscatória.
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