Dez manifestantes feridos em protestos na Venezuela
Porto Canal / Agências
Caracas, 19 jun (Lusa) - Dez manifestantes ficaram feridos quarta-feira em confrontos com a polícia venezuelana na sequência de protestos ocorridos no estado de Táchira, a sudoeste de Caracas.
Os protestos começaram de forma pacífica e foram realizados por estudantes da Universidade Católica de Táchira e da Universidade Nacional Experimental de Táchira, contra a insegurança, a escassez de produtos e a falta de medicamentos.
Os manifestantes exibiram cartazes críticos das políticas do Governo venezuelano junto à residência oficial do governador do estado, Vielma Mora, mas à chegada das forças de segurança, um grupo de encapuzados entrou em confronto com os agentes.
Os encapuzados sequestraram durante alguns minutos um camião de transporte de mercadorias, que depois deixaram seguir viagem sem qualquer dano.
As autoridades detiveram uma estudante de Direito que exibia um cartaz nas proximidades do local.
Por outro lado em Barquisimeto, estado de Lara, a sudoeste de Caracas, registaram-se intensos confrontos entre as forças de segurança e manifestantes, durante os quais uma pessoa ficou ferida.
Na cidade de Mérida, também a sudoeste de Caracas, dezenas de pessoas bloquearam uma importante estrada onde queimaram pneus em protesto porque há três dias estavam sem eletricidade.
Os manifestantes acusam o ministro de Energia Elétrica, Jesse Chacón de ter ordenado o racionamento do serviço.
Também em La Isabelica, Valência, a oeste de Caracas, várias pessoas protestaram também por falhas elétricas.
Há mais de quatro meses que se registam protestos diários na Venezuela devido à crise económica, inflação, escassez de produtos, insegurança, corrupção, alegada ingerência cubana e repressão por parte de organismos de segurança do Estado.
Alguns protestos degeneraram em confrontos violentos, durante os quais, segundo fontes oficiais, morreram pelo menos 42 pessoas, incluindo dez polícias ou militares.
Por outro lado, 900 pessoas ficaram feridas, mais de 3.200 foram detidas, das quais mais de 220 continuam presas.
Mais de dez polícias foram detidos e estão em curso 197 investigações por alegadas violações de direitos fundamentais dos manifestantes.
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