Equador concede salvo-conduto a Edward Snowden -- TV
Porto Canal / Agências
Washington, 27 jun (Lusa) -- O Equador concedeu um salvo-conduto ao ex-técnico da CIA Edward Snowden, que permanece retido há dias no aeroporto de Moscovo, para que possa viajar para Quito, revelou hoje o canal norte-americano de televisão em língua espanhola Univisión.
O documento, ao qual teve acesso exclusivo o canal, datado de 22 de junho, conta com a assinatura do diplomata equatoriano na capital britânica, Fidel Narváez, o mesmo que tem sob cuidado, há já um ano, o fundador do portal WikiLeaks, Julian Assange.
O salvo-conduto pode ser apresentado por Snowden, acusado de espionagem pelos Estados Unidos, junto das autoridades russas, solicitando-se o seu trânsito para o Equador a pedido de Quito.
"Este documento visa permitir a transferência direta do seu titular para o Equador para fins de asilo político. Solicita-se às respetivas autoridades dos países em trânsito que se dignem a prestar as facilidades (...), para que o portador do presente documento possa completar a sua viagem com destino ao Equador", refere o documento a que teve acesso em exclusivo a Univisión, publicado no seu portal.
Apesar de não se tratar tecnicamente de uma concessão de asilo político -- mas de uma petição de trânsito humanitário -- figura como o primeiro passo para que o informático norte-americano possa viajar para Quito.
Esta segunda-feira, Julian Assange assegurou que Snowden se encontrava "são e salvo" em Moscovo, depois de ter abandonado Hong Kong numa tentativa de evitar ser detido pelas autoridades dos Estados Unidos, onde enfrenta acusações por espionagem por ter revelado detalhes dos programas de vigilância PRISM.
De acordo com os dados denunciados por Snowden, a Agência de Segurança Nacional tem acesso a milhões de registos telefónicos e aos servidores de gigantes da Internet, como Microsoft, Yahoo!, Google e Facebook.
Esta quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador, Ricardo Patiño, disse que o Equador poderá levar semanas a decidir sobre o pedido de asilo de Edward Snowden.
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