Ancião japonês processa televisão pública por usar demasiados estrangeirismos

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Porto Canal / Agências

Tóquio, 27 jun (Lusa) - Um pensionista japonês quer ser indemnizado pela televisão pública NHK em 1,41 milhões de ienes (10.100 euros), alegando que o uso excessivo de estrangeirismos tornou muitos dos seus programas ininteligíveis.

"A base da sua queixa é que o Japão está a ser demasiado americanizado", disse hoje o advogado de Hoji Rakashi, de 71 anos.

O indivíduo alegou que o uso excessivo de palavras estrangeiras nos programas da NHK lhe causa "angústia emocional", impedindo-o de entender os conteúdos.

"Há um sentimento de crise de que este país está a tornar-se uma província da América", continuou o advogado Mutsuo Miyata.

A língua japonesa tem um vocabulário rico, mas tem uma tradição de importar palavras de outros idiomas, por vezes de forma bastante inventiva e, em algumas ocasiões, alterando o significado no processo, escreve a AFP.

A maioria dos falantes de japonês não pensaria duas vezes em incluir as palavras "trouble", "risk", "drive" ou "parking", entre muitas outras.

Embora o inglês forneça a maioria dos estrangeirismos na língua japonesa - em consequência da ocupação norte-americana do pós II Guerra Mundial e subsequente fascínio da cultura norte-americana - as palavras importadas de outras línguas também estão em uso.

Assim, a palavra para trabalho a tempo parcial é uma versão adaptada para japonês do termo alemã "arbeit", enquanto "concierge" deriva do francês e o termo espanhol "pan" é comummente entendido como pão.

Contudo, com a estrutura fonética japonesa, a palavra inglesa "trouble" torna-se "toraburu", por exemplo, enquanto o francês "concierge" é pronunciado "konsheruju".

"Ele decidiu avançar com um processo porque a estação de televisão não lhe respondeu", disse o advogado e antigo colega de escola do queixoso.

Para Miyata, "esta é uma questão da cultura japonesa, do próprio país, incluindo a sua política e economia".

A NHK disse que se escusa a comentar o caso enquanto não receber qualquer notificação do tribunal.

Tradicionalistas em França e na parte francesa do Canadá também estão preocupados com a erosão da língua nativa à medida que aumenta a influência de Hollywood.

Em 1994, os deputados franceses passaram a "Lei Toubon", que estipula que a a língua e educação em França devem ser franceses, salvo algumas exceções.

O Quebec tem uma agência de governo que impõe normas, segundo as quais um certo número de materiais deve estar escrito em francês.

FV // DM.

Lusa/ fim

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