Porto, 09 jun (Lusa) -- As Leituras no Mosteiro, que decorrem quinzenalmente no Mosteiro de São Bento da Vitória, no Porto, vão assinalar na terça-feira o quarto aniversário com a 90.ª sessão, num projeto para continuar, disse hoje um dos coordenadores.

Em declarações à Lusa, um dos dois coordenadores, Nuno M. Cardoso, explicou que as Leituras no Mosteiro são uma iniciativa em torno de textos de teatro, onde "quem lê são as pessoas que vêm", ou seja, "as pessoas não vêm para assistir a uma leitura feita por profissionais", mas sim de textos escolhidos antecipadamente, lidos pelos participantes depois de distribuídas as personagens.

O objetivo das sessões gratuitas, que têm uma média de 50 a 60 pessoas por noite, é a leitura e o contacto com textos de teatro, sendo que "a partir daí tudo o resto vem por acréscimo", diz o coordenador da iniciativa, realçando que os participantes "são pessoas das mais variadas áreas e das mais variadas idades".

Ao longo dos últimos quatro anos já houve leituras de mais de 160 autores, com um total de perto de 4.500 participantes.

As sessões com mais público são as de dramaturgia portuguesa contemporânea, constata Nuno M. Cardoso, lembrando que na noite de terça-feira o Centro de Documentação do Mosteiro vai receber, a partir das 21:00, a leitura de peças curtas de Jacinto Lucas Pires, Jorge Louraço Figueira, Jorge Palinhos, José Maria Vieira Mendes, Luís Mestre e Pedro Eiras.

"Cada leitura é realmente especial. Ouvir o texto nas vozes e nos corpos daquelas pessoas e a foram como aquilo flui, como cresce", disse Nuno M. Cardoso, que acrescenta que, em conjunto com Paula Braga pretendem tentar "trabalhar as edições", juntando essa vertente à da leitura.

As sessões contam com um intervalo em que cada participante desfruta da comida e bebida que leva e serve para socializar com os demais presentes, o que faz com que voltem "bastante mais satisfeitos depois desta pausa de repasto".

Depois de terça-feira, as Leituras no Mosteiro prosseguem no dia 24 com "Cenofobia", de André e. Teodósio, "Escudos Humanos", de Patrícia Portela, e "Coro dos Maus Alunos", de Tiago Rodrigues.

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