Trabalhadores de fábrica de químicos de Espinho em greve contra salários em atraso
Porto Canal / Agências
Espinho, 26 junho (Lusa) - Os trabalhadores da Fábrica de Químicos Sinorgan, de Espinho, estão em greve desde o dia 12 devido ao atraso no pagamento de dois salários e do subsídio de Natal, situação que o respetivo sindicato diz ser "recorrente" desde 2012.
Em causa está um universo de 45 trabalhadores, dos quais quatro estarão a exercer normalmente as suas funções administrativas e terão por isso recebido já o subsídio de Natal, o que "só agitou mais os outros trabalhadores".
É essa a avaliação de Justino Pereira, que, enquanto dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Industrias Transformadoras, de Energia e de Atividades do Ambiente do Centro e Norte (SITE-CN), declarou à Lusa que "as pessoas estão revoltadas e numa situação difícil, até porque também há casais em que ambos os elementos trabalham na empresa".
O atraso nos pagamentos verifica-se desde o verão do ano passado e, segundo Justino Pereira, "a empresa diz que a situação se deve a falta de dinheiro", na medida em que a Sinorgan "está descapitalizada".
Segundo o sindicalista, a fábrica "tem encomendas, mas não consegue sequer adquirir a matéria-prima", pelo que, "ao cumprir as suas obrigações para com a banca e alguns credores, acaba por não ter como cumprir com os trabalhadores".
O SITE-CN já terá alertado para a situação várias entidades, entre as quais o Ministério da Economia, o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social e todos os partidos com representação na Assembleia Municipal de Espinho, entre os quais o respetivo presidente, Luís Montenegro, que é líder parlamentar do PSD na Assembleia da República.
Até hoje, contudo, com exceção para a intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho e uma interpelação ao Governo pelo Grupo Parlamentar do PCP, os trabalhadores ainda "não obtiveram qualquer resposta ou tomada de posição".
A Lusa procurou ouvir a administração da Sinorgan, mas essa esteve incontactável.
O SITE-CN lembra que a empresa está em atividade há mais de 30 anos, produzindo artigos de plástico utilizados sobretudo no setor da Agricultura e das Pescas. Terá uma "significativa quota no mercado externo e interno, encontrando-se este último em plena fase de consolidação, segundo o atual Governo".
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