Baltasar Garzón anuncia que não representará Edward Snowden
Porto Canal / Agências
Madrid, 26 jun (Lusa) -- O ex-juiz espanhol Baltasar Garzón anunciou hoje que não vai ser o responsável da defesa do ex-consultor da Agência Nacional de Segurança norte-americana (NSA) Edward Snowden, acusado de espionagem por Washington.
"Informo que o escritório de advogados ILOCAD decidiu não assumir a defesa dos interesses do senhor Snowden, cujo paradeiro se desconhece", refere o escritório, num comunicado assinado pelo próprio Garzón e distribuído à imprensa.
O texto, datado de 25 de junho, ratifica por outro lado o compromisso de Garzón e do Escritório Legal Internacional para o Desenvolvimento e a Cooperação (ILOCAD, nas siglas em inglês) com a representação do fundador da WikiLeaks, Julian Assange, "na defesa do direito fundamental à liberdade de informação e de expressão".
Neste sentido, Garzón expressa a sua "satisfação" pela recente aprovação do projeto de resolução da Comissão de Assuntos Jurídicos e Direitos Humanos da Assembleia Parlamentar do Conselho de Europa que "considera que aqueles que denunciam factos de delitos em benefício do interesse geral devem ser protegidos das represálias daqueles que os cometem".
Garzón disse há dois dias que estava a estudar o caso do ex-colaborador da CIA antes de decidir se o defenderia em qualquer processo judicial.
"A WikiLeaks pediu-me a defesa do Snowden mas eu ainda não aceitei até que estude o caso", disse Garzón.
Num comunicado distribuído na sua página web, no domingo, a WikiLeaks referia o envolvimento de Garzón no caso, explicando que o magistrado manifestou o seu interesse e o da equipa legal da WikiLeaks, que dirige, em "preservar os direitos" e "proteger" Snowden.
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