Início do julgamento de jovem que matou padrinho em Braga adiado para Setembro
Porto Canal / Agências
Braga, 25 jun (Lusa) - O Tribunal de Braga adiou hoje para 10 de setembro o início do julgamento do jovem de 21 anos que matou o padrinho, aristocrata, com 27 facadas, em outubro de 2012, no apartamento onde viviam, naquela cidade.
Na origem do adiamento está o facto de só hoje ter sido facultado à defesa o relatório da perícia feita às faculdades mentais do arguido. O advogado de defesa, Nuno Godinho, considera que este relatório pode ser decisivo para aferir da eventual inimputabilidade ou da imputabilidade reduzida do arguido.
O arguido responde por homicídio qualificado, um crime cuja pena pode ir até aos 25 anos de prisão.
A vítima, Gaspar Roby, de 69 anos, era um dos quatro filhos da condessa de Infias, Braga.
Segundo a acusação, Gaspar Roby e a mulher eram padrinhos do arguido e acolheram-no no seu seio quando ele tinha apenas 2 anos e 8 meses.
Fizeram-no a pedido da Segurança Social, "em virtude de os respetivos progenitores se encontrarem incapacitados de lhe prestar os cuidados necessários são seu desenvolvimento saudável e harmonioso".
"Desde então, passaram a tratá-lo como se seu filho fosse", acrescenta a acusação.
Uns anos antes do crime, o arguido começou a consumir produtos estupefacientes, em cuja compra gastava o pouco dinheiro que ia conseguindo com os "biscates" que fazia na montagem de portas automáticas.
Uma situação que gerou "insatisfação" no casal, que entretanto começara a passar dificuldades económicas e que, por isso, queria que o afilhado contribuísse para as despesas da casa.
O afilhado, por seu turno, estava constantemente a exigir mais dinheiro aos padrinhos.
As discussões foram sendo cada vez mais frequentes, sobretudo com a madrinha, mas a 26 de outubro de 2012, pelas 19:00, a discussão, fatal, seria com o padrinho, no apartamento onde viviam.
O jovem pegou numa faca com uma lâmina de 8 centímetros, em aço, e atacou o padrinho pelas costas, tapando-lhe a boca com uma mão, enquanto com a outra desferiu vários golpes, atingindo a vítima 5 vezes no tórax, 18 no abdómen e quatro num membro superior.
Pelo menos sete dos golpes descreveram uma trajetória penetrante na cavidade torácica e abdominal.
A vítima foi transportada ao hospital, ainda com vida, mas viria a morrer pelas 00:50 do dia seguinte, no decurso de uma operação a que estava a ser submetido.
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