Pauleta afirma que "se não fosse a França, Portugal tinha jogado a final"

Pauleta afirma que "se não fosse a França, Portugal tinha jogado a final"
| Mundial 2014
Porto Canal

Póvoa de Varzim, 26 mai (Lusa) - Pauleta acredita que Portugal teria jogado a final do Mundial de futebol de 2006, prova em que se despediu da seleção "AA", caso não tivesse apanhado a França nas meias-finais, perdendo por 1-0.

"Era outra vez apanhar a França numa meia-final. Sabemos que, contra a França, Portugal não tem conseguido, ao longo da história, grandes resultados. A França era muito forte. Não foi por acaso que chegou à final. Acredito que, se não fosse a França, Portugal, seguramente, tinha jogado a final", disse Pauleta.

Em entrevista à agência Lusa, Pauleta deixou entender que Portugal já começou o jogo a perder: "Não vou dizer que o aspeto psicológico não contou muito no jogo, porque acredito que tenha contado. Enquanto não ganharmos à França, vamos ficar sempre a pensar...".

"Depois, acontecem sempre coisas nos jogos contra a França, penáltis. Mais uma vez, foi de penálti. Acredito que tenha sido penálti, o penálti marcado pelo Zidane, acredito que tenha sido penálti...", disse o ex-avançado, muito pouco convencido.

Para Pauleta, "psicologicamente, abate um bocadinho uma equipa" defrontar uma outra frente à qual se "perde sempre de penálti, ou num lance duvidoso. Não vou dizer que éramos superiores à França, não é isso, mas tínhamos valor suficiente para temos vencido esse jogo".

O ex-internacional luso atuava, então, no Paris Saint-Germain, pelo que o jogo com os gauleses era ainda mais especial em termos pessoais, também por outro motivo, pelo guarda-redes que estava na baliza da formação francesa.

"Era um jogo especial, por um motivo que contava para mim a nível pessoal. Naqueles dois anos antes, sempre que joguei contra o Barthez, tinha marcado. No Paris SG, todos os jogos que fiz contra o Marselha marquei sempre golos. Só me faltava marcar pela seleção e era aquilo que mais queria. E não aconteceu. Tive uma oportunidade na primeira parte, mas não aconteceu", lamentou.

Nesse embate, Pauleta foi substituído: "Cedo demais? Estávamos a perder por 1-0 e sentia-me bem, mas são opções. Quem sou eu para duvidar da intenção do Scolari, um treinador com a sua experiência e que me dava muita confiança. E também a confiança que tinha no colega que me estava a substituir. Agora, é fácil pensar que foi um bocadinho cedo demais. Se calhar, em outros jogos, tirou-me tarde demais. O futebol é isso".

"Tive pena (de sair). Há sempre coisas no futebol que nos unem. Jogar contra a França. Vivi em França muitos anos, esse aspeto psicológico que jogava a meu favor, de ter marcado sempre contra o Barthez. Mas, pronto, são opções que temos de respeitar", recordou, sobre o encontro do adeus português ao título.

Não foi a despedida, porque, como era um Mundial, ainda havia o jogo do "bronze", que Pauleta dispensava: "Acho que o jogo do terceiro e quarto lugar devia ser anulado. As equipas deviam receber o mesmo prémio".

"Jogámos contra uma equipa que jogava em casa, que estava mais moralizada, que ainda tinha um objetivo. Não é que nós não tivéssemos, mas, de facto, é difícil jogar um jogo para o terceiro e quarto lugar quando estamos tão perto de jogar uma final de um campeonato do Mundo", explicou.

Portugal acabou por perder por 3-1, mas fez por merecer algo mais: "Penso que não estivemos tão mal assim. Aliás, criámos várias ocasiões de golo antes da Alemanha, mas, depois, a Alemanha foi, como sempre, bastante eficaz e perdemos esse jogo".

Não foi a despedida sonhada: "A despedida (sonhada) é sempre a ganhar e a marcar, mas também sinto que sai com o dever cumprido. Já tinha tomado essa decisão. Achei que era a altura certa, porque achei que os meus colegas, que vinham atrás, tinham condições para, a partir daquele momento, poder fazer melhor aquela posição".

Pauleta despediu-se da seleção, tal com Figo, que entrou para o lugar do açoriano na segunda metade: "Não sei se foi por isso, mas já tínhamos comunicado ao Scolari essa situação, já tínhamos comunicado às pessoas que isso ia acontecer, que era o nosso último jogo".

"Se calhar, foi por isso, não tenho a certeza. Fui capitão nesse jogo e, depois, o Figo entrou para o meu lugar. Foi uma despedida que não era aquela que nós queríamos, mas quando vemos que foi a segunda vez que chegámos a uma meia-final, não vou dizer que ficámos satisfeitos, mas é um pequeno conforto com que nós ficamos", disse à agência Lusa.

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