Irmandade pede avaliação das joias do Resplendor do Santo Cristo dos Milagres

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Porto Canal / Agências

Ponta Delgada, 22 mai (Lusa) -- A Irmandade do Senhor Santo Cristo dos Milagres defendeu hoje a realização de um estudo e avaliação das joias do resplendor que acompanha a imagem na procissão anual das maiores festas religiosas dos Açores.

Segundo o presidente da irmandade, Carlos Faria e Maia, não existe um levantamento documentado da peça mais valiosa do tesouro do Santo Cristo, "peça por peça", "minucioso", que discrime o tipo de pedras que o compõem.

Faria e Maia disse que esse é, aliás, um dos motivos por que a irmandade se opõe a que o Resplendor do Santo Cristo vá para Lisboa para integrar uma exposição no Museu de Arte Antiga, por decisão do bispo da Diocese de Angra, António de Sousa Braga, sublinhando que não há garantias de segurança e de que a peça regresse aos Açores nas mesmas condições em que sairá.

A Diocese de Angra revelou na quinta-feira, no seu portal na internet, que o Resplendor do Santo Cristo "é uma das cinco peças de ourivesaria nacional de maior relevo do período barroco entre 1756 e 1758" que integrarão a exposição "Esplendor e Glória", entre junho e outubro, no Museu de Arte Antiga.

O bispo de Angra, citado no texto, diz que autorizou a saída inédita do resplendor da ilha de São Miguel "depois de ouvir o parecer" de entidades como o Serviço Diocesano dos Bens Culturais da Igreja, a Direção Regional da Cultura, o Conselho e o Reitor do Santuário e a Irmandade do Senhor Santo Cristo, além de "outros técnicos competentes e especializados", e depois de conhecer "rigorosamente as condições de transporte".

Para António de Sousa Braga, esta é "uma oportunidade única para partilhar e projetar esta peça e contribuir para a sua valorização".

O bispo destaca, ainda, que "a peça, devidamente fotografada e documentada, já foi alvo de um estudo gemológico por um dos maiores especialistas nacionais na matéria", Galopim de Carvalho, e "todas as pedras incrustadas estão identificadas e referenciadas num inventário".

"A ida temporária desta peça para o Museu Nacional de Arte Antiga, uma das instituições museológicas mais reputadas do país, terá também a vantagem de permitir a realização de estudos para confirmar se este ourives [Adam Gottlieb Pollet, joalheiro da Casa Real portuguesa] é de facto o seu autor", referiu por sua vez o responsável pelo Serviço Diocesano dos Bens Culturais da Igreja, Duarte Melo, também citado pelo portal da Diocese de Angra.

"Estamos a lidar com pessoas muito experientes que sabem rigorosamente o que estão a fazer e, por isso, todas as condições de segurança serão acauteladas para que a peça chegue e regresse sem qualquer problema", acrescentou.

No entanto, para a Irmandade do Senhor Santo Cristo dos Milagres, não estão reunidas as "condições de segurança" para a ida da peça para Lisboa.

"Ninguém garante o que vão fazer com a peça", sublinhou hoje o provedor Faria e Maia, durante uma conferência de imprensa em Ponta Delgada, dizendo que poderá, por exemplo, ser desmontada e que seria necessário fazer uma "avaliação prévia" à sua deslocação.

Segundo Faria e Maia, a Irmandade propôs ao bispo António de Sousa Braga que fosse pedida uma "contrapartida" pela ida da peça para Lisboa, em concreto, a realização desse levantamento e classificação das joias que a compõem.

No entanto, o provedor sublinhou que esta é apenas a opinião da Irmandade e que as joias do Santo Cristo pertencem à Diocese de Angra, pelo que o bispo António de Sousa Braga tem legitimidade para tomar a decisão que entender.

MP // JLG

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