Berlengas com novos meios de controlo de espécies invasoras

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 22 mai (Lusa) - O ecossistema das Berlengas vai ter ações de conservação com novos meios para controlar as espécies invasoras, como as gaivotas, e de monitorização regular das aves que aí fazem os ninhos, revelou um técnico da Sociedade para o Estudo das Aves.

O projeto LIFE Berlengas, recentemente aprovado pela Comissão Europeia, com um investimento de 1,4 milhões de euros, por quatro anos, "envolve ações de conservação do ecossistema, das aves marinhas, uma das componentes de fauna mais importantes a nível de conservação do arquipélago, mas também da flora local", explicou Nuno Barros.

O técnico da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), entidade que coordena o projeto, falava à agência Lusa a propósito do Dia Nacional da Biodiversidade, que hoje se assinala.

"Com este projeto tenta-se conservar as espécies e criar condições de gestão mais sustentável da ilha", que é uma reserva, avançou Nuno Barros, que apontou alguns exemplos do trabalho a desenvolver, como a requalificação dos trilhos ou a instalação de um centro de visitas, mas também ações de sensibilização.

Na requalificação de habitat inclui-se o controlo de espécies exóticas, animais e vegetais, que acabam por ameaçar as aves marinhas pelágicas, que só vão à ilha para fazer os ninhos, como a cagarra e o roque de castro, e têm populações muito mais reduzidas.

"Na Berlenga, há vários anos há controlo de gaivotas de pata amarela, que tem tido grande expansão. É uma ave oportunista que se alimenta de tudo, do desperdício de pesca ou, em terra, na zona de Peniche, das lixeiras", explicou Nuno Barros.

Mas, "a nível das plantas também há espécies só da Berlenga em perigo devido às gaivotas" e à presença do chorão, espécie exótica invasora, acrescentou.

Os técnicos da SPEA, juntamente com as entidades parceiras do projeto (Instituto de Conservação da Natureza, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e Câmara Municipal de Peniche), vão "tentar monitorizar, estabilizar e, se possível, fazer crescer as populações de aves marinhas e proteger algumas populações de plantas endémicas", resumiu Nuno Barros.

Outras ações a desenvolver são a instalação de ninhos artificiais, além de se tentar "quantificar as capturas acessórias de aves marinhas por parte da indústria da pesca da zona" para minimizar o problema, segundo a SPEA.

Em Portugal continental, a costa está ocupada com presença humana, não sendo muitos os sítios onde estes pássaros possam fazer os seus ninhos e as Berlengas são "o último reduto" de nidificação de aves marinhas pelágicas. Por isso, "é um ecossistema tão único", frisou Nuno Barros.

Este foi um dos quatro projetos aprovados pela Comissão Europeia para Portugal, através do LIFE+, no final de abril, a que se juntam dois da Liga para a Proteção da Natureza (LPN) e um outro apresentado pela Câmara Municipal do Barreiro.

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