Indonésia "profundamente preocupada" com lei marcial na Tailândia

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Porto Canal / Agências

Jacarta, 20 mai (Lusa) -- A Indonésia, parceiro chave da Tailândia no bloco da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), expressou hoje a sua "profunda preocupação" depois de o exército tailandês ter imposto lei marcial no país.

"Temos estado profundamente preocupados (...) na sequência dos desenvolvimentos na Tailândia", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros indonésio, Marty Natalegawa, em declarações à agência AFP.

O chefe da diplomacia recordou que "a Indonésia tem apelado regularmente para o respeito pelo processo constitucional e pelos princípios democráticos, a fim a promover a reconciliação nacional e a unidade, em reflexo da vontade do povo tailandês".

"É a nossa esperança que os mais recentes desenvolvimentos não prejudiquem tais princípios e que a normalidade seja rapidamente restaurada", acrescentou Marty Natalegawa.

O exército da Tailândia declarou hoje lei marcial no país, ressalvando que "não se trata de um golpe de Estado", visando antes restaurar a ordem, depois de meses de protestos antigovernamentais, que causaram 28 mortos e centenas de feridos.

O governo de Banguecoque comunicou que, apesar de não ter sido consultado antes do anúncio por parte dos militares, ainda se mantinha em funções.

O comandante do exército tailandês, que proclamou a lei marcial, declarou hoje a censura dos meios de comunicação social, no interesse da "segurança nacional", segundo uma declaração transmitida em todas as estações de televisão e rádio.

O exército "proíbe todos os meios de comunicação de divulgarem ou distribuírem quaisquer informações ou fotografias prejudiciais à segurança nacional", disse o general Prayut Chan-O-Cha na declaração.

Pouco tempo depois, o exército anunciou a suspensão da transmissão por parte de dez canais televisivos, por terem ligações partidárias, face ao risco de "deturparem a informação e de agravarem o conflito"

Foram suspensos "de modo a que as pessoas possam obter informações corretas e não distorcidas, passíveis de agravar o conflito", segundo a ordem escrita emitida em simultâneo em todos os canais de televisão.

Na semana passada, a Comissão Eleitoral da Tailândia pediu o adiamento das eleições legislativas, previstas para 20 de julho, por causa dos violentos protestos que continuam a assolar o país.

O líder dos protestos, Suthep Thaugsuban, que foi vice-primeiro-ministro no governo do Partido Democrata, entre 2008 e 2011, instou o Senado e o Supremo Tribunal a nomearem um novo chefe de governo, depois de o Constitucional ter forçado a saída de Yingluck Shinawatra e de nove ministros, ao considerar que a ex-líder do governo abusou da sua posição na nomeação de um alto funcionário.

Os manifestantes exigem que, antes da realização de novas eleições, seja colocada em marcha uma reforma do sistema político, que entendem ser corrupto e estar ao serviço dos interesses do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, irmão mais velho de Yingluck, que foi condenado, em 2008, a uma pena de dois anos de cadeia por corrupção, e que vive no exílio.

Entretanto, os chamados "camisas vermelhas", que reúnem os partidários do Governo e a organização civil Frente Unida para a Democracia e contra a Ditadura, ameaçaram iniciar uma guerra civil se lhes forem retirados os seus direitos democráticos.

A Tailândia vive uma grave crise desde o golpe militar que, em 2006, derrubou Thaksin.

DM (TDI/NL) // JCS

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