João Semedo diz que PS não quer ser empurrado para a esquerda

| Política
Porto Canal / Agências

Aveiro, 19 mai (Lusa) - O coordenador do BE João Semedo acusou hoje o PS de Seguro de não querer ser empurrado para a esquerda, recordando que aquando da demissão de Vítor Gaspar e Paulo Portas os socialistas deram "a mão à direita".

Num comício em Aveiro da campanha para as europeias, João Semedo voltou a escolher como alvo o PS de António José Seguro, e até usou a rábula do "bom escuteiro" que insistia em ajudar uma velinha a atravessar a rua, quando esta não o queria, para falar de uma velha "ilusão" socialista.

"Temos ouvido algumas opiniões que nos dizem que a esquerda deve votar no PS para empurrar o PS para a esquerda. Mas será que o PS de Seguro quer ser empurrado para a esquerda ? Essa é que a pergunta. Não querem e não é de hoje", disse João Semedo.

Segundo o coordenador do BE "não é de agora esta ilusão", recordando que António Guterres e José Sócrates também não quiseram ser empurrados para a esquerda.

Semedo puxou atrás a fita dos acontecimentos e regressou ao verão quente do ano passado, durante o qual se demitiu Vítor Gaspar e Paulo Portas.

"Nesse momento, o PS podia ter-se virado para a esquerda. E o que fez ? Deu a mão à direita. Passou quase um ano e vimos bem o que o povo sofreu por causa dessa mãozinha que o PS estendeu à direita", condenou.

O líder bloquista alerta para preço caro que se pode pagar por esta ilusão de empurrar o PS para a esquerda, recordando que "não é só em Portugal que os socialistas não querem nada com a esquerda", já que acontece o mesmo na Grécia, Alemanha e França.

"Este PS não quer governar com a esquerda, não quer olhar para a esquerda, não quer ser empurrado para a esquerda. Mas quer enganar a esquerda! O preço da nossa ilusão será pago com uma profunda desilusão", avisou.

Por isso, Semedo garante que "o melhor voto" para derrotar a austeridade, a direita, o Governo e construir uma alternativa de esquerda, é no Bloco.

O deputado bloquista teve ainda oportunidade de falar dos 80 compromissos apresentados por António José Seguro, começando por dizer que "quando a esmola é grande, o pobre desconfia" e que neste caso "vale a pena desconfiar".

João Semedo repetiu a ideia deixada pela cabeça de lista, Marisa Matias, de que "a maior parte destas 80 medidas é chumbada pelo tratado orçamental".

"Enquanto as 80 medidas são promessas, o tratado orçamental já está assinadinho. O PS tem que esclarecer isso", instou.

JF // PGF

Lusa/fim

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