Catarina Martins antevê Esquerda Europeia como "a grande surpresa" das eleições

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Porto Canal

A coordenadora do BE Catarina Martins antecipou hoje que a Esquerda Europeia poderá ser "a grande surpresa destas eleições", considerando que a vitória, na Grécia, do Syriza, partido de Alexis Tsipras, nas eleições locais de domingo é indicador disso mesmo.

Catarina Martins falava aos jornalistas no final de um almoço com independentes que apoiam o BE, considerando que Alexis Tsipras é o candidato à Comissão Europeia que "se apresenta às eleições com uma alternativa clara".

"A alternativa estará sempre em quem defender que, na Europa, o centro deve ser sempre o emprego e não a dívida, em quem defende a necessidade da reestruturação da dívida e esse é o candidato da Esquerda Europeia, Alexis Tspiras, que aliás teve ontem uma vitória na Grécia, nas eleições locais, o que mostra que a esquerda pode mesmo ser a grande surpresa destas eleições", antecipou.

Na opinião da coordenadora do BE Juncker e Schultz - os candidatos da direita e do Partido Socialista - têm "um discurso muito parecido".

"São dois candidatos que julgam que o tratado orçamental deve ser o alfa e o omega da política europeia. São dois candidatos que consideram que no centro deve estar a finança e não o empego ou o trabalho e, portanto, nada os diferencia", observou.

Para Catarina Martins, "Alexis Tspiras, o candidato da Esquerda Europeia, é o que afirma que o que é necessário é fazer uma reestruturação das dívidas dos países periféricos do euro".

"Ou seja, os países que foram alvo do ataque especulativo, fortíssimo, dos mercados financeiros possam ter hoje as mesmas possibilidades que a Alemanha teve quando precisou, para reestruturar a sua dívida e poder crescer", justificou.

Interrogada sobre as declarações do cabeça de lista da Aliança Portugal, Paulo Rangel, que garantiu que a derrota nas europeias não terá consequências no Governo, a líder do BE considerou "natural que o PSD queira desvalorizar as eleições porque sabe as dificuldades que tem".

"A hipocrisia da direita está à vista e a direita sabe que terá dificuldades nestas eleições. Porque umas eleições que punam a direita nas urnas são umas eleições que têm necessariamente consequências porque significam que o Governo não tem o apoio popular", enfatizou.

Para além da cabeça de lista do BE às europeias, Marisa Matias e do coordenador do partido João Semedo, estiveram presentes os músicos Miguel Guedes e Ana Deus, a escritora Regina Guimarães, o arquiteto Alexandre Alves Costa e o ator e programador cultural Mário Moutinho.

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