Ex-número dois da Renamo é candidato à presidência moçambicana
Porto Canal / Agências
Maputo, 19 mai (Lusa) - Raul Domingos, ex-número dois da Renamo, principal partido da oposição moçambicana, anunciou a sua candidatura presidencial pela coligação Partido para a Paz, Democracia/Aliança para a Democracia (PDD/AD) nas eleições gerais de 15 de outubro próximo.
Falando hoje em Maputo no lançamento da sua candidatura à frente da coligação PDD/AD, Raul Domingos afirmou que o país vive um momento difícil, devido à tensão política e militar, que tem resultado em confrontos entre homens armados da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) e as forças de defesa e segurança.
"Vivemos hoje dias difíceis marcados pelo ressurgimento da tensão político-militar que, infelizmente, tem ceifado preciosas vidas humanas, e pelo agravamento da intolerância política, que se caracteriza por destruições das sedes dos partidos políticos da oposição e seus símbolos", afirmou Raul Domingos.
O candidato, que é presidente do PDD, uma força política extraparlamentar, apontou a agricultura e a indústria como áreas prioritárias, caso a coligação vença as eleições gerais.
Além do PDD, a coligação é constituída por 11 pequenos partidos, todos extraparlamentares.
Raul Domingos foi, durante muitos anos, um homem de confiança do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, tendo liderado a delegação do movimento às negociações que, em Roma, acabaram com 16 anos de guerra civil no país, em 1992.
Após o fim do conflito armado, Domingos chefiou o grupo parlamentar do principal partido da oposição na Assembleia da República, antes de ser expulso da Renamo, depois das eleições gerais de 1999.
Raul Domingos foi obrigado a abandonar a Renamo por alegadamente ter negociado favores pessoais com a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, durante contactos que visavam ultrapassar a crise política que se instalou na sequência da recusa do movimento em aceitar os resultados das eleições gerais de 1999.
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