BCE está "confortável" para agir em Junho contra inflação baixa - Draghi

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Porto Canal / Agências

Bruxelas, 08 mai (Lusa) - O presidente do Banco Central Europeu (BCE) afirmou hoje que a instituição sente-se "confortável" para agir contra a inflação baixa, se for necessário, na reunião de junho, uma vez analisadas as previsões no início desse mês.

"Não estamos satisfeitos com o rumo da inflação e, por isso, há consenso em relação a não nos resignarmos, em não aceitar esse rumo como um facto inevitável", disse Mario Draghi.

"Isso leva-nos a um consenso para atuar, mas depois de ver as previsões que serão publicadas em princípios de junho", afirmou, após uma reunião do BCE que se realizou em Bruxelas e não em Frankfurt, como é habitual.

Draghi mostrou também preocupação com a valorização do euro face a outras divisas e o seu efeito na inflação e no crescimento.

O BCE "está confortável para atuar na próxima vez, mas primeiro queremos ver as previsões" sobre a inflação e a disponibilidade de créditos bancários para o setor privado, disse o economista italiano que lidera o BCE.

Draghi assinalou que nesta reunião não houve uma decisão para atuar em junho, mas conversações preliminares sobre a próxima reunião.

Não obstante, o BCE mantém-se "unânime quanto ao compromisso de recorrer a medidas não convencionais" dentro do seu mandato para lidar de forma eficaz "com os riscos de um período demasiado prolongado de baixa inflação".

Draghi disse também que os conselhos dados à instituição, nos últimos tempos, por diversas personalidades, nomeadamente políticos, podem pôr em causa a sua credibilidade.

"Nos últimos dias recebemos vários conselhos, de figuras políticas, de instituições", apontou.

"Estamos gratos pelos conselhos e respeitamos sem dúvida a opinião dessas pessoas, mas, como sabem, somos independentes, logo essas pessoas devem estar cientes que se os conselhos forem vistos como uma ameaça à nossa independência, isso pode comprometer a longo prazo a nossa credibilidade", afirmou.

O BCE manteve hoje inalterada, pelo sexto mês consecutivo, a taxa de juro diretora no mínimo histórico de 0,25%.

EO // MSF

Lusa/fim

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