Duas centenas de enfermeiros exigiram na rua pagamento de horas devidas

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 08 mai (Lusa) -- Cerca de duas centenas de enfermeiros concentraram-se hoje em frente ao Hospital São Francisco Xavier para exigir o pagamento de todas as horas trabalhadas e não pagas entre 2008 e 2012, uma dívida de que garantem não desistir.

Empunhando bandeiras e uma faixa com a frase "enfermeiros do CHLO a CIT [contrato individual de trabalho] exigem pagamento digno de horas noturnas, feriados e fins de semana", os enfermeiros gritavam palavras de ordem como "trabalho com dignidade, queremos horas de qualidade", "paga o que deves" ou "CHLO, ladrões, queremos os nossos tostões".

Isabel Barbosa, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), disse à Lusa que "os enfermeiros com contrato individual de trabalho estão hoje em greve, com uma adesão de 88%, porque continuam a exigir o pagamento de horas de qualidade que foram trabalhadas entre 2008 e 2012".

A representante da direção regional de Lisboa explicou que estas são horas trabalhadas em períodos noturnos, nos feriados e nos fins de semana.

"Estamos a falar de natais, em que os enfermeiros estão privados de estar com a sua família, fins de semana em que estão privados de estar com amigos, portanto mais do que os montantes -- que chegam a ser milhares de euros por enfermeiro -- é o sentimento profundo de injustiça que os enfermeiros sentem, é isso que estamos a exigir: justiça. Queremos o dinheiro que é devido aos enfermeiros", frisou a sindicalista.

Sendo esta uma exigência que se arrasta desde 2012, não foi a primeira vez que os enfermeiros fizeram uma greve e uma concentração por esta causa, tendo conseguido apenas a garantia de um parte dos pagamentos, alternativa que se recusam a aceitar.

"Já fizemos diversas concentrações, já nos reunimos com o conselho de administração diversas vezes, entregámos centenas de assinaturas e vários abaixo assinados e agora da última vez mais de 400 cartas individuais exigindo este pagamento ao Conselho de Administração", contou.

No entanto, a "única cedência" obtida por parte da administração do CHLO foi a de pagar -- desconhecendo ainda em que moldes -- só os anos 2011 e 2012 e apenas aos enfermeiros contratados antes de 2008.

"Logo aqui, estão mais de metade dos enfermeiros. E estamos a falar de um curto período de tempo", disse, frisando novamente: "aquilo que nós exigimos é o pagamento total e a todos os enfermeiros".

Esta garantia da administração foi dada aos enfermeiros no dia 19 de março, véspera da última concentração, realizada também à entrada do Hospital São Francisco Xavier.

Isabel Barbosa assegurou que "os enfermeiros não desistem desta dívida" e considera que a adesão à greve de hoje, e após tanta luta, deixou isso bem claro.

O SEP vai solicitar nova reunião para perceber em que moldes pretende o conselho de administração fazer o pagamento da dívida.

AL // SO

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