Covid-19: Impressão é que economia de Macau vai viver "Ano Novo Chinês invernoso"

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Porto Canal com Lusa

Macau, China, 20 jan 2021 (Lusa) -- O economista José Sales Marques disse à Lusa que a economia de Macau deve viver em fevereiro "um Ano Novo Chinês invernoso", apesar de ser um dos territórios mundiais mais seguros no controlo da pandemia.

Em causa está o facto de Pequim e depois a China terem desencorajado a população a viajar por altura do Ano Novo Lunar chinês, quando tradicionalmente tem lugar a maior migração interna do planeta, e Macau regista habitualmente um crescimento significativo do fluxo turístico e enchentes nos casinos daquela que é considerada a capital mundial do jogo.

As recomendações, de resto, surgiram no momento em que se tem assistido na China continental a um aumento de casos, contrariando a ideia de que o país tinha a situação pandémica completamente controlada, até porque a maioria dos contágios resulta de surtos locais.

"As recomendações (...) e o aumento dos casos na China a impressão que temos é que vamos ter um Ano Novo Chinês invernoso", estimou Sales Marques, agora que se assinala um ano desde que o território registou o primeiro caso de covid-19, mas está há cerca de sete meses sem identificar qualquer contágio.

"É muito cedo para tirar conclusões, mas a perspetiva não é muito encorajadora", ainda que seja o "princípio do ano e se espere que, com a vacina, as previsões possam ser mais positivas", acrescentou.

O economista sustentou que manda a prudência não se fazer qualquer tipo de prognóstico em relação ao comportamento da economia de Macau para 2021, sobretudo na área do jogo, que tem evidenciado uma recuperação tímida, mas com muitas variáveis difíceis de analisar.

"Os dados sobre o mercado VIP [grandes apostadores] não são famosos", exemplificou.

Em dezembro, o melhor mês de 2020 durante o período da pandemia, "o peso do mercado VIP no jogo foi apenas de 26%, quando normalmente é de metade", justificou.

Sobre as previsões do Governo de Macau de o jogo render em receitas 130 mil milhões de patacas (13,4 mil milhões de euros), Sales Marques admitiu a dificuldade de fazer previsões num contexto pandémico, mas defendeu que "quando o executivo fez as projeções, obviamente que tinha elementos à sua disposição e procuraram ser razoavelmente prudentes".

O economista duvida que este ano se venham a repetir as ajudas financeiras governamentais de 2020, sem precedentes e dirigidas à população e pequenas e médias empresas.

"Não existem mais dados de que venham a ser dados mais apoios. De resto, não está orçamentado pelo Governo, e existem expectativas de que a economia regresse um pouco à normalidade", salientou.

Contudo, "se alguma vez a situação piorar, é evidente que o Governo terá de tomar outra atitude, admitiu.

Macau já se encontrava em recessão desde o primeiro semestre de 2019, com a contração da economia, dependente do mercado turístico e do jogo chinês, a atingir níveis recorde em 2020. O Governo de Macau estimou inclusive uma contração em 2020 de 60,9%.

Macau não regista casos há cerca de sete meses, está há quase dez meses sem identificar contágios locais e sem contabilizar qualquer morte ou infeções entre profissionais de saúde.

A pandemia de covid-19 causou mais de dois milhões de mortos e quase 100 milhões de infetados em todo o mundo.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, com Macau a ser um dos primeiros territórios do mundo a ser atingido pela pandemia.

JMC // PJA

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