Lisboa, 07 mai (Lusa) - O PS apoia o Governo na intenção de proceder a um reequilíbrio do contrato de concessão com a Galp, que poderá permitir uma redução de 5% no preço do gás natural, alertando que espera não seja uma medida eleitoralista.

"Não tenha dúvidas, terá o nosso apoio", afirmou hoje o deputado socialista Rui Paulo Figueiredo, no Parlamento, depois do ministro da Energia, Moreira da Silva, ter desafiado o PS a tomar uma posição sobre a medida constante do terceiro pacote de cortes no setor energético.

Ainda assim, Rui Paulo Figueiredo disse temer que o governante "esteja a ser contagiado pela política dos anúncios".

Antes, Moreira da Silva havia referido não ter ouvido "nem uma palavra do maior partido da oposição. Se consideram que esta é ou não uma renda excessiva".

"Gostava de perceber se o PS apoia ou não esta vontade do Governo partilhar com os consumidores os benefícios da Galp", acrescentou.

O Governo considera que a Galp teve mais-valias de quase 500 milhões de euros no âmbito dos contratos de aquisição na Nigéria e na Argélia, que não foram partilhadas pelos consumidores e poderão permitir que num período de três ou quatro anos se reduza o preço do gás natural de quase 5%.

Moreira da Silva admitiu que a medida está a causar "forte controvérsia entre o Governo e a Galp", considerando que "não é uma matéria simples, mas é preciso determinação e trabalho".

No final de abril, a Galp Energia defendeu que não existem "fundamentos económicos ou jurídicos" para o Governo avançar para um reequilíbrio do contrato de concessão, que permitiria reduzir a fatura dos consumidores de gás natural em 5%.

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