Pelo menos 200 pessoas morreram na Nigéria em alegado ataque do grupo Boko Haram
Porto Canal / Agências
Lagos, 07 mai (Lusa) -- Pelo menos 200 pessoas morreram na Nigéria num novo ataque supostamente cometido pelo grupo islâmico radical Boko Haram, no estado de Borno, no norte do país, disse hoje o deputado federal Abdulrahman Terab, que está na região do incidente.
O ataque, que ocorreu na tarde de segunda-feira, aconteceu na localidade de Gamboru, na fronteira com os Camarões, referiu Terab, em declarações ao jornal local "Daily Trust".
"As pessoas ainda estão a contar os cadáveres. Contaram mais de 200 e ainda não acabaram", disse o deputado, representante da zona na câmara baixa do parlamento nacional, em Abuja.
"Não há família que não tenha sido afetada em Gamboru", sublinhou Terab, ao precisar ainda que a população está a organizar funerais para enterrar os mortos.
Um sobrevivente, Mohamed Abari, de 60 anos, relatou hoje aos jornalistas que o número de vítimas poderá chegar às 300.
Os atacantes, que vestiam roupas militares, invadiram a localidade à noite, em dezenas de camiões e motocicletas, destruíram mais de 250 casas e dispararam sem parar sobre os habitantes locais.
"Quando os pistoleiros chegaram, muitas pessoas já estavam a dormir. Acordei com o som dos tiros e os gritos de angústia dos que foram atingidos pelas balas ou forçados a sair das suas casas incendiadas. Não recebemos ajuda", acrescentou Abari.
A testemunha escondeu-se num bosque durante várias horas antes de poder fugir para a capital de Borno, Maiduguri, a cerca de 200 quilómetros da localidade atacada.
A ação ainda não foi reivindicada, mas suspeita-se que pode ser um ataque do Boko Haram, grupo que já protagonizou numerosos ataques no estado de Borno, base operacional da milícia islâmica.
Na segunda-feira, o grupo difundiu em vídeo confirmando o sequestro pela milícia de 200 raparigas da escola de Chibok, também em Borno, e que iriam vendê-las ou casá-las à força.
No domingo, alegados membros do Boko Haram -- que quer implantar a sharia (lei islâmica) no país - sequestraram outras oito jovens, que têm de oito a 15 anos, em Warabe, no estado de Borno.
Desde 2009, quando a polícia matou o líder do grupo, Mohamed Yusuf, os radicais islâmicos mantêm uma sangrenta campanha, que já causou mais de três mil mortos.
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