Ucrânia: Angela Merkel pede ajuda a Putin para libertar inspectores sequestrados
Porto Canal / Agências
Moscovo, 01 mai (Lusa) - A chanceler alemã, Angela Merkel, pediu hoje ajuda ao Presidente russo, Vladimir Putin, para libertar os inspetores europeus, incluindo alemães, sequestrados por grupos pró-russos na Ucrânia, revelou o serviço de imprensa do Kremlin.
Os dois líderes falaram por telefone sobre "os desenvolvimentos da crise política na Ucrânia. Merkel pediu a Putin para que ajude à libertação dos inspetores militares de vários países europeus sequestrados, entre eles alemães", assinalou o serviço de imprensa.
Na mesma conversa, Putin insistiu com Merkel na necessidade de se retirarem das regiões do sudeste da Ucrânia todas as unidades militares e se iniciar um diálogo nacional no país em que participem todas as regiões e forças políticas da Ucrânia.
"Ambas as partes sublinharam a importância de que se aproveite ao máximo o potencial de mediação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE)" para resolver a crise na Ucrânia, sublinhou o Kremlin.
Putin e Merkel, que já falaram seis vezes ao telefone sobre a crise ucraniana nos últimos dois meses, acordaram voltar a falar proximamente.
As milícias pró-russas da cidade de Slaviansk (sudeste da Ucrânia) anunciaram hoje que libertaram dois dos três oficiais do Serviço de Segurança da Ucrânia que tinham sequestrado.
Antes do anúncio, o autoproclamado alcaide de Slaviansk, Viacheslav Ponomariov, disse à agência russa Interfax que tinham começado negociações com as autoridades de Kiev para a libertação dos seis inspetores militares da OSCE e um intérprete retidos desde 25 de abril.
"Esses representantes da OSCE continuam em Slaviansk. Criámos condições de comodidade para eles. Tratamo-los como amigos. Com certeza querem ir para casa e estamos em negociações com as autoridades de Kiev. Esperamos que possa haver uma troca entre eles e os nossos ativistas detidos", disse o alcaide.
Os inspetores sequestrados são três alemães, um polaco, um dinamarquês e um checo, além do intérprete alemão, e foram acusados pelos pró-russos de espiar para a NATO.
Os ativistas pró-russos libertaram no domingo o inspetor sueco Thomas Johansson por motivos de saúde e por o seu país não ser membro da NATO.
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