Cidadãos consideram tribunais "o melhor fórum" para resolução de litígios
Porto Canal / Agências
Lisboa, 30 abr (Lusa) - Os cidadãos consideram que os tribunais são "o melhor fórum" para resolução de litígios, conclui um inquérito realizado no ano passado a utentes dos tribunais do Campus da Justiça de Lisboa, no Parque das Nações.
O inquérito, realizado de 30 de setembro a 31 de outubro de 2013, revelou que um valor médio de 7,3 pontos em 10 possíveis na lealdade, sendo que um é muito insatisfeito e 10 corresponde à satisfação muito elevada.
Dos 1.113 inquiridos nesta questão, registou-se a média de 7,5 no que se refere à intenção de um cidadão voltar a recorrer aos tribunais.
Nas respostas dadas à pergunta sobre a recomendação de utilização dos tribunais, o valor médio fixou-se em 7,1.
No relatório do inquérito a que a agência Lusa teve acesso, apresentado hoje no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, conclui-se a existência de "uma sólida e enraizada cultura democrática e cívica da população portuguesa", o que "permite explicar a elevada lealdade demonstrada face aos tribunais".
Esta conclusão contrasta com a insatisfação quanto ao funcionamento geral dos tribunais instalados desde 2009 no Parque das Nações.
"Apesar da expressão de insatisfação para com os aspetos gerais dos tribunais, a cultura da legalidade, dicivismo e a crença em que, apesar dos aspetos a melhorar, o sistema judicial continua a ser o melhor fórum de resolução das disputas entre cidadãos, mantém os inquiridos leais aos tribunais no sentido de que os recomendariam e voltariam a recorrer a estes se necessário", concluiu-se.
Também se deduz do inquérito que "os utentes mais satisfeitos sejam os menos instruídos" e os que "nunca recorreram aos tribunais têm a perceção mais desfavorável face aos custos de acesso" à Justiça.
O inquérito intitulou-se Barómetro da Qualidade dos Tribunais e resultou de protocolo estabelecido entre a Direção-Geral da Política de Justiça e o Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
A sondagem foi realizada a 1.113 entrevistados, 416 do género feminino (37,4 por cento) e 697 do masculino (62,6), 248 das respostas foram de indivíduos com até 30 anos de idade (22,3), 626 de pessoas entre 31 e 50 anos (56,2), 210 da franja etária entre 51 e 65 anos (18,9) e 29 de inquiridos com mais de 65 anos (2,6).
Do total de inquiridos, apenas 222 respostas dadas foram de profissionais ligados ao sistema judicial (oficial de justiça, notário e funcionário do Ministério da Justiça) e 160 foram de advogados.
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